Como estou totalmente sem tempo de escreve aqui, vou contar uma situação pitoresca que vivenciei essa semana.
Dia desses, eu estava querendo ler um livro mais, digamos, divertido e relaxante.
Ao abrir minha estante, percebi que não havia tal artefato e acabei pegando um livro do Nietzsche que na verdade pertence ao meu pai. Por mais que pareça estranho (coisa de nerd mesmo), eu tenho me divertido lendo esse livro, pq o Nietzsche é bem debochado (pelo menos me parece) e ele debocha de coisas que são super valorizadas pela cultura clássica.
Há mais ou menos um ano atrás (17/06/07) eu escrevi um post sobre um livro que eu havia dado de presente chamado "Nietzsche e a Educação", post no qual, entre outras, coisas eu comentava que nunca tinha lido nada sobre esse filósofo.
Mas, o fato pitoresco em si, é que nessa semana, em uma das minhas idas à Friburgo para ar aulas, saquei o livro e comecei a ler. Logo após ter pego o livro, percebi que a senhora sentada ao meu lado no ônibus havia feito o mesmo. Após algum tempo, parei de ler e fiquei pensativa olhando a paisagem, mas não contive a curiosidade e dei uma olhada no livro em que a tal senhora estava lendo. Ela lia o "livro mais lido do mundo", ou seja a Bíblia.
Comecei a rir, pois o último parágrafo do meu livro criticava justamente as crenças judáico-cristãs e bem ao meu lado uma pessoa lia a bíblia.
Comecei a me sentir muito estranha naquele ambiente, muito estranha entre aquelas pessoas, muito distante daquela realidade. Não porque eu achava que tudo o que o Nietzsche dizia fazia sentido e que as religiões fossem um mal a ser combatido, mas porque fiquei pensando que a maioria das pessoas ali sequer se permitiriam questionar isso (ou seja, dar o benefício da dúvida às suas crenças).
Será que o conhecimento isola as pessoas em ilhas?
Só de curiosidade, o livro que eu estava lendo era "O Crepúsculo dos Ídolos" e o que a senhora estava lendo era o livro de Amós, que é um dos últimos textos do Antigo Testamento que eu nem conhecia, mas andei dando uma olha e vi que fala bastante do julgamento daqueles que não seguirem as palavras de Javé.
Viva a diversidade humana!!!
ziriguidum, ziriguidum...
PS: Pessoas, comentem. As visitas a esse espaço tem rolado, mas fico sem o famoso "feedback"!
terça-feira, 10 de junho de 2008
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2 comentários:
É amiga, Viva a diversidade! Na minha humilde opnião o conhecimento isola as pessoas em linhas sim. Não há como ser diferente. O modo de pensar muda e você muda, então...
P.S.: Desculpe a falta de feedback mas você sabe da minha situação. Promento ficar mais atenta.
A diversidade é uma maravilha... o problema é a falta de informação.
Aposto que a senhora do seu lado não fazia idéia de quem fora Nietzsche... com essa informação a escolha do livro poderia ser outra.
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