segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Sobre a deliciosa e confusa utopia das leis - com um estudo de caso sobe a LDB

Em minha atual fase de estudar para concursos, estou finalmente estudando sobre a Lei 9.394/96.
Para quem não é (e até p/ que é) da área de educação, essa é a lei que determina as diretrizes e as bases da Educação Brasileira (LDB).
Bom, eu não sou "adEvogada", então, eu acho as leis coisas muito esquisitas. As que já tive mais contato são as sobre meio ambiente, as de defesa do consumidor, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e finalmente a LDB.
Acho que a primeira sensação de todos que já leram essas leis é de como tudo seria perfeito se elas funcionassem. Acho também que isso é um pouco de ilusão de leigo, pq um historiador ou um filósofo certamente criticariam vários pontos das leis sob um ponto de vista social, cultural, político, etc.
Já um advogado apontaria várias falhas e dificuldades de aplicação... as famosas margens das leis.
Bem, eu não tenho essa capacidade de discernimento, por exemplo, eu achava o PCN (os parâmetros curriculares nacionais) o máximo, até que os meus professores da faculdade começassem a apontar vários problemas.

Mas voltando a LDB, estou lendo um livro que diz que no seu artigo 2, a LDB estabelece que "A educação (...) tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o mercado de trabalho".

Refleti sobre a minha prática como professora e vi que tenho atuado e posso atuar no preparo dos meus alunos para o exercício da cidadania e para o mercado de trabalho, mas o que afinal seria o pleno desenvolvimento????

O autor do livro diz que "somente a partir do momento em que a pessoa pode se desenvolver plenamente é que tem condições de se sentir realizada. Realizar-se significa executar planos que cada um estabeleceu para a sua vida. (...) A auto-realização é um objetivo predominantemente pessoal: na medida em que nos sentimos realizados, ficamos felizes. É claro que isso nunca acontece de maneira plena. Se assim fosse, não teríamos ânimo para continuar vivendo. Por isso, nossa realização é momentânea e sempre superada por novos planos."

Putz! Como posso ajudar meus alunos a atingir um pleno desenvolvimento??? Eu acho que nem sei como atingir isso na minha própria vida! Não sei responder isso, ainda estou digerindo essa idéia, e acho que vai ser uma digestão demorada...

Essas leis são bem ousadas, não?! Vai ver a ousadia torna elas assim tão distantes da realidade... ou não, tenho que pensar mais sobre isso! Preciso de ajuda de advogados (só p/ começar! depois de filósofos e historiadores).

Ah! O livro é "Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental" de Nelson Piletti (Ed. Ática). Ele é muito bom para que detesta estudar sobre estrutura do ensino (assim como eu).

sábado, 1 de setembro de 2007

Sobre digestão e analogias

Há um tempinho não "apareço" por aqui.
Em parte isso se deve ao fato de eu estar usando muito do meu tempo livre para ler.
E se leio muito, preciso de um tempo para "digerir".
Digerir me lembra uma outra crônica do Rubem Alves presente no livro que eu comentei na última postagem. A crônica se chama"O que é científico? (II)" e nela, ele cita Nietzsche, quando ele diz "que a mente é um estômago". Quem entende como é o estômago entende como funciona a cabeça.
Nessa crônica, o Rubem discute a relevância do uso de analogia na educação. Muitos autores criticam o uso de analogias, pois elas fazem com que o aluno não compreenda de fato um conceito e sim vire um mero reprodutor da analogia em si, e não um conhecedor do tema objeto. Discussões a parte, e um pouquinho de senso comum: grandes professores meus abusavam de analogias e isso tornavam as suas aulas mais interessantes.
Mas não foi o controverso uso das analogias que me chamou mais atenção em si, e sim a relação estabelecida entre estômago e mente.

"O estômago é órgão processador de alimentos. Os alimentos são objetos exteriores, estranhos ao corpo. Ele os transforma em objetos interiores, semelhantes ao corpo. É isso que torna possível a assimilação. Assimilar significa, precisamente, tornar-se semelhante (de assimilare, ad + similis).
A mente é um processador de informações. Informações são objetos exteriores, estranhos à mente. A mente os transforma em objetos interiores, isto é, pensáveis."

O que mais me chamou atenção nessa crônica, foi entender o significado de "assimilar". Achei isso fantástico e belo: ad + similis, tornar-se semelhante. Que "imagem" mental!
Achei que precisava comentar isso com mais pessoas. Ser humano tem disso, precisa se comunicar e sair por ai ad + similis.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Parafraseando: sobre leitura e burrice

Começando do começo: O título dessa postagem se refere a crônica "Sobre leitura e burrice" de Rubem Alves.

Rubem Alves é jornalista e escritor. Ele tem vários livros publicados, muitos dos quais sobre educação. Na minha curta experiência nessa área, eu já percebi que muita gente AMA o que ele diz e muitos outros ODEIAM.

O fato é que ele escreve sobre uma educação baseada no prazer do aprendizado, sem explicar muito bem como se faz isso. Eu já conhecia um livro dele há um tempo, chamado "Por uma educação mais romântica", mas foi ao comprar um livro do Gilberto Dimenstein que eu me deparei mais uma vez com o Rubem Alves.

A história é a seguinte: comprei um livro do GD pelo site submarino e por mais R$ 12,90 eu levaria um livro do Rubem, chamado "Entre a ciência e a sapiência - o dilema da educação". Como, naquela época, eu já fazia a linha cientista-que-critica-a-ciência, comprei, afinal era mais 12,90 com frete grátis!

Isso já faz um certo tempo, mas eu só fui ler de fato esse livro esse ano. Estava gostando MUITO até que me deparei com essa crônica. Nela, ele defende a idéia de que ler demais emburrece, e diz que a tese de que "livros: quanto mais melhor" equivale a dizer que "comida: quanto mais melhor", se referindo a essas pessoas que tem o hábito de querer entupir as outras de comida, o prazer inicial se transforma em indigestão.
Quando comecei a ler, me identifiquei porque, no colégio, fui obrigada a "engolir" muitos livros chatos com o ápice em "São Bernardo" de Graciliano Ramos. Que me perdoem os amantes da literatura brasileira, mas tudo que eu pensei durante um ano foi em fazer uma fogueira com esse livro. O mais engraçado, é que não me lembro de nada do livro, nem sei dizer ao certo porque não gostei, mas a sensação de raiva por ele é muito marcada na minha mente.
Mas depois... fui pensando melhor e puxa vida, eu gosto muito de ler, e a maioria dos livros me acrescentaram muito!
Mas o Rubem pega pesado! Ele cita Schopenhauer: "Quando lemos outra pessoa pensa por nós: só repetimos seu processo mental. Durante a leitura, nossa cabeça é apenas o campo de batalha de pensamentos alheios." e diz que ler é um ato de alienação.
Como pode um escritor dizer isso?

Bem, depois da minha raiva por "São Bernardo" vei o meu amor por dois livros em especial: "Tempo de Transcendência" do Leonardo Boff e "Pedagogia da Autonomia" de Paulo Freire.
Alguma coisa já mudou a sua vida? Algum livro já mudou a sua vida?
Esses mudaram a minha!
Quando li, reconheci valores importantes para mim, os quais eu estava meio desacreditada na época. Além disso, aprendi muitas coisas. Mas, nem Leonardo e nem Paulo me alienaram com suas idéias, por que eles sabem (ou sabiam) que quando eu lê-se as suas idéias, estaria munida de minhas percepções individuais.

Todos nós somos resultado de nossas experiências, e por isso nossa percepção é única e muito subjetiva. Achar que alguém vai sempre assimilar idéias de forma passiva e descontextualizada é no mínimo uma ingenuidade.

quarta-feira, 25 de julho de 2007

Quer resolver o problema do aquecimento global? Dê um "click"!

De volta das desejadas e usufruídas FÉRIAS!

Gente,
hj eu vi uma das coisas mais surreais da internet: um calculador de emissões individuais de carbono.

Ele faz umas perguntas básicas do tipo quanto você gasta por mês em dinheiro, energia, se tem carro a gasolina, anda de ônibus, etc e estima quanto cada pessoa contribui para a emissão de gás carbônico.
A idéia do calculador, não foi o que me surpreendeu.

Eu já conhecia sites que calculavam a "pegada ecológica", ou seja, qual seria a quantidade de planetas Terra necessária caso todos os habitantes do planeta tivessem os mesmos hábitos de consumos que os meus.
No primeiro site desses com o qual tive contato, http://www.ecologicalfootprint.org/Global%20Footprint%20Calculator/GFPCalc.html
fiquei feliz, afinal como não tenho carro, nem uma casa grande, etc, o mundo estaria a salvo se todos fossem como eu, hehe. O próprio site indica que isso é só uma estimativa para questionar os padrões de consumo e eu já tinha inclusive usado eles com alunos para discutir crescimento sustentável e dinâmica de populações humanas.


Recentemente encontrei um site similar em português http://www.pegadaecologica.siteonline.com.br/
Este site tem um maior número de perguntas, e segundo ele, se todos fossem como euzinha aqui, precisaríamos de 1 planeta mais um terço de planeta (opa! vou passar a andar mais).

Mas, o mais surreal sem dúvida foi o site do calculador de emissão de carbono!!!
Ao final, descobri que eu sou responsável pela emissão de 12,97 toneladas de CO2 por ano! Não há nenhum parâmetro de comparação para saber se isso é bom ou ruim mas chegaremos enfim na parte surreal:
Segundo o site, para eu resolver o problema, eu teria apenas que plantar 86 árvores por ano e eu poderia fazer isso apenas dando um clique!
Dei o tal clique e apareceu uma tela dizendo algo sobre o mundo ser salvo por pessoas tão consciente quanto eu, blá, blá, blá... por apenas 1032 reais.


Dá p/ acreditar nisso??? Na surrealidade? Dê um clique, pague 1000 reais e resolva o problema do planeta! Simples assim.

Tem coisas que o dinheiro não compra, mas p/ as outra...

Caso tenha ficado curiosa(o), o calcule sua emissão e prepare o cheque
http://www.thegreeninitiative.com/calculator/pt/calculator.php

Esse negócio de Educação Ambiental e mudança de hábitos não tá com nada! O lance é dar um clique!

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Eu fiz do meu jeito!

No último "post" eu disse que ia tirar férias, inclusive do Blog,
mas, ontem eu vi uma das melhores coisas que eu vi na TV no últimos tempos:
Um comercial do Greenpeace.

Não, não quero puxar o saco do Greenpeace, acho eles mto "farofas" na maioria das vezes, mas devo admitir que achei o comercial genial.

Para quem não viu, ele está em http://br.youtube.com/watch?v=ma4g0hp2Eh8

Ao som de "My Way"... Perfeito! Não vou tecer mais comentários! Só vendo.

"And now the end is near
And so I face the final curtin
My friend, I'll say it clear
I'll state my case of which I'm certain
I've lived a life thats full
I've travelled each and every highway
and oh much more than that
I did it my way

Regrets I've had a few
But then again too few to mention
I did what I had to do
And saw it through without exemption
I planned each chartered course
Each careful step along the by-way
And more, much more than this
I did it my way

Yes, there were times
I'm sure you knew
When I bit off more than I could chew
But through it all when there was doubt
I ate it up and spit it out
I faced it all
And I stood tall
And did it my way

I've loved, I've laughed, and cried
I've had my fill, my share of losing
And now, as tears subside
I find it all so amusing
To think I did all that
And may I say, not in a shy way
"Oh no, oh no, not me
I did it my way"

For what is a man, what has he got?
If not himself then he has naught
To say the things he truly feels
And not the words of one who kneels
The record shows I took the blows
And did it my way

Yes, it was my way"

domingo, 15 de julho de 2007

FÉRIAS!!!

Anos depois estou de FÉRIAS!!!

Caros leitores,
Nem sei o que fazer, mas devo tirar férias daqui também, hehe.

Viva ao ócio criativo!

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Sobre o pan... ah! vamos falar de outra coisa

Minhas caras e meus caros (damas primeiro),
Ia escrever um texto para falar mal do PAN, mas pense bem...
Só nesse blog, eu já falei mal do Jornal Nacional, dos EUA, do Live Earth, da Classe Média, ...
Enfim, tenho ainda uma grande lista de coisas a falar mal.
Fazer o que?! Viver em sociedade inspira críticas e digamos que a nossa sociedade inspira muitas (desde uma escala que vai de Niterói ao Brasil, p/ não falar do mundo).
Dia desse, comentei brincando, com uma amiga, que tenho que parar de fazer críticas, afinal, sou uma mulher solteira e mulher solteira reclamando, hum... é sinal de que é "mal-amada" (ou se prefirirem, "mal-comida").
Bom, o que me consola é que se eu estivesse com alguém, teria outras exigências como: quando casar, depois quando ter filhos, depois mais filhos, netos, ...
Essa coisa de que a mulher tem os mesmos direitos que os homens é uma grande balela.
Sei que estou longe de ser a primeir a dizer isso, mas só gostaria de ilustrar mais o assunto.
Todos certamente lembra da mulher que foi espancada na Barra, primeiro por que acharam que ela era prostituta e depois porque "isso não era hora de mulher direita estar na rua".
Todo dia que eu saio para trabalhar às 5h50 da manhã, está escuro ainda. Todos esses dias eu lembro dessa história e quando eu vejo as pessoas na rua, torço p/ quem pensem que eu sou uma "moça direita e trabalhadora". É minhas caras e meus caros... é aqui onde chegamos.
Além disso, sou obrigada, quando vou à banca de jornais, a ver pilhas de revistas com "mulheres objeto" e não são só as revista de mulheres peladas não! As próprias revistas ditas femininas tratam as mulheres como objetos que devem se esforçar para cumprirem um rótulo de ser gostosa, agradar a um homem na cama, etc, etc.
Quando chego em casa, ainda vejo comerciais de cerveja. Esses então, nem preciso comentar.
Já cortei da lista de cervejas que eu bebo a Cintra e a Sol pelo conteúdos extemamente machistas, daqui a pouco não sobra nenhuma marca.
Nem os livros didáticos escapam! No ano passado, na licenciatura, vi que os textos sobre a parte de reprodução humana mostram uma mulher passiva frente a um homem que é ativo e determinante. O óvulo é uma célula grande e monótona, enquanto o espermatozóide é ativo e decisivo. Uma grande distorção que foi considerada como "muito natural" pela maioria dos alunos com quem conversei na época. A maioria dizia: "ué? Mas não é isso mesmo?!".
P/ terminar sem reclamar, p/ enfim não acusarem que minha impaciência e intolerância tem um fundo afetivo-hormonal, deixo um trecho da música "Primeiro de Julho" de Renato Russo (se não me engano) brilhantemente gravada por Cássia Eller. Sempre que ouço essa música, acho que quem escreveu entende bem do assunto de ser mulher!
Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou
mulher

Sou minha mãe e minha filha,
Minha irmã, minha menina
Mas sou minha, só minha e não de quem
quiser


Para quem quiser ver o resto da letra:
http://vagalume.uol.com.br/cassia-eller/1-de-julho.html
Quem se interessar sobre as representações
em livros didáticos citadas, me manda uma msg
que eu digo o nome do texto.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Vamos salvar o planeta? Pode deixar, os americanos fazem isso por nós.

Fiquei acordada neste domingo disposta a ver uma iniciativa em prol da defesa de nosso planeta. Já estava desconfiada no começo, afinal, imagine shows simultâneos ao redor do mundo. Imagine quanto dinheiro e energia se gastou, quanto lixo se gerou...

Mas, para não dar uma de “eco-chata” até tentei pensar que isso era a forma de mobilizar as pessoas. A forma que dispomos em um sistema tão distorcido.

É que nem jantares beneficentes. Se gasta a maior grana p/ fazer um jantar super elitista para arrecadar dinheiro para “meia-dúzia-de-pobres-coitados”. Ou festa de premiação de ONGs ou projetos sociais. A pergunta mais óbvia é: pq não usar diretamente esse dinheiro para ajudar quem realmente precisa?! Nesse quesito, vale muito a pena ver o filme “Quanto Vale ou É por Quilo?” O nome é estranho, mas o filme é muito bom e encontrável em locadoras.

Voltando a “bem” intencionada tentativa de salvar o mundo, mesmo desconfiando, vi ao(s) show(s) na tv. No começo, Mr. Al Gore disse que a Música uniria o mundo em uma causa global. Ai, pensei que ao menos teria a oportunidade de conhecer artistas de diferentes partes do mundo, conclusão:

Vi a Shakira na Alemanha,

Liking Park no Japão

Black Eyes Peaces e Madona na Inglaterra

Sara Brightman na China

E finalmente Lenny Kravitz e Xuxa no Brasil.

Será que eu devo escrever Brasil ou BraZil.

Para completar, o Xou da Xuxa tinha dançarinos vestidos de jogadores de basquete e as tradicionais paquitas (que mais parecem “cheer leaders”).

Ou seja, o que podemos entender desse show? Que os americanos, que são os maiores responsáveis pelas emissões de gases estufa, que não estão nem ai para o tratado de Quioto, querem chamar a atenção do mundo com seus fantásticos artistas pop. Se o objetivo era mobilizar o mundo, por que não convidar artistas regionais para mostrar que com toda diversidade, sofreremos as mesmas conseqüências? Por que o show se chama “Live Earth”? Por que o Al Gore, que consome o equivalente a 6 família norte-americanas, segundo a imprensa, finge ser tão ingênuo e bem intencionado.

Quanto vale ou é por quilo?

PS: Desprezo inclusive os cientistas britânicos que tocaram na Antártica! Possivelmente eles não estão nem ai para o aquecimento global, devem estar mais preocupados com o status de suas pesquisas e em ter o que fazer na lá.


PS2: Por que o Bono do U2 que, também é um cidadão tão “bem” intencionado, não participou?

domingo, 1 de julho de 2007

Do meu gosto pelas animações e seus enquadramentos no que já trazemos de bagagem

Tem um tempinho que eu não escrevo, mas final de semestre é correria total!
Esse ano, o Festival AnimaMundi coincidiu com esse período.
Agora que sou "gente grande", não posso mais passar a semana inteira no festival, matando aulas.
É,... a gente cresce...
Bem, mesmo sendo gente grande, troquei o trânsito de volta p/ casa da sexta-feira por um "pulinho" no CCBB. Encontrei amigos e vi uma sessão.
Recomendo fortemente a todos uma ida ao AnimaMundi. Sempre se encontra gente bacana, já conhecidos ou a conhecer.
O mais legal das animações, é que enquadramos várias coisas que já trazemos em nossas cabeças nos desenho e sentimos que aquele cara estava pensando o mesmo que a gente. É que nem arte moderna. A "liberdade" adquirida na arte permite isso, e nós seres humanos precisamos de identificação, mesmo que no fundo, ela nem exista (hehe).
Recomendo fortemente também, que quem ainda puder ir ao festival desse ano, veja o longa brasileiro "Garoto Cósmico" do Alê Abreu.
O filme fala sobre um planeta só de crianças onde elas têm que seguir rigorosamente um programa e adquirir pontos. Pontos adquiridos resultam em promoções ao planeta das crianças-adulto e finalmente ao planeta dos adultos-complexos.

O filme é muito recomendado à professores, acho que como professores temos que pensar muito no que foi discutido nesse filme. Temos sempre que levar isso em mente para que como professores, nós não nos transformemos no mostro do filme. Mas só vendo p/ saber do que eu tô falando.
Infelizmente, esses filmes não vão p/ o grande circuito, não passam no Cinemark, nem na blockbuster e no final do ano teremos mais uma vez um filme da Xuxa.
Mas como resistir é possível, e preciso, vc pode ver o trailer no YouTube.
http://www.youtube.com/watch?v=tZddGE4vr1k
Tem tb a página do Alê Abreu: www.aleabreu.com.br/pagina.php?id=2
Ah! Além de tudo, o desenho é lindo e brasileiríssimo!


sábado, 23 de junho de 2007

Que raios é a pós modernidade???

"A que chamamos pós-modernidade? (...)
Devo dizer que tenho uma certa dificuldade em responder a esta questão (...)
porque nunca compreendi completamente o queria dizer quando se empregava o termo modernidade." (M. Foucault)


Penso muito e ajo pouco, tem gente que dá um nome bonito p/ isso: ócio criativo. Me impressiono com essas pessoas que dão esses nomes para as coisas, o que faz com que coisas simples pareçam muito complexas.

Isso se aplica ao termo "pós-modernidade".

Essa semana, na minha incansável busca de texto para entender adolecentes, para tentar ser uma professora melhor e mais "antenada" (arg! hehehe), achei um intitulado "Adolescência: modernidade e pós-modernidade".

O texto é muito bom, mas não vou comentá-lo, se vc for professor(a), curioso(a) ou não tiver o que fazer e quiser ler esse texto, pode pegá-lo em http://www.joseouteiral.com/artigos.htm

Antes que alguém venha criticar a minha descoberta, e dizer que o conceito de pós-modernidade está completamente ultrapassado, posso dizer que a minha atual diversão é tentar descobrir o que é moderno e o que é pós-moderno.

É tipo um joguinho, ih, olha esse programa, hum... ele é pós-moderno! Esse, ah! esse tá mais p/ moderno. Aquele cara ali, hum, deixa ver...

Será que agora, eu tenho que ter pensamentos pós-modernos? Será que isso é uma moda?

Só p/ parecer um pouco pós-moderna, vou falar de outra coisa que aparentemente não tem nada a ver, mas no final vai ter:

Essa semana vi o MTV debate sobre gays que são católicos. O Jean, do Big Brother, lembra?! Ele estava lá. Ele é mto mais inteligente do que o Big Brother deixava parecer. Fiquei feliz que um cara assim, tenha ganho um milhão, mesmo que por trás disso mta gente tenha ganho mtos outros milhões. Mas voltando ao debate, os representante da igreja disseram que não são contra os gays, desde que eles sejam celibatários.

Hum... bem isso não é nem moderno, nem pós-moderno, é medieval!

Nota final: Esse personagens são fictícios e o texto acima não representa necessariamente a opinião da "proprietária" desse blog, não sendo ela responsável pelo conteúdo apresentado.

"Liberdade é uma palavra que o sonho humano alimenta, que não há ninguém que explique e ninguém que não entenda"

tã, tã, tãrãrã... tã, tãrãrã, tã, tã, tã, tãtãtã

domingo, 17 de junho de 2007

Se Nietzche tá errado, imagina Platão???

Ok, gente, não se assustem, eu não vou escrever sobre filosofia, pelo menos não sobre coisas muito complexas.

Uma das grandes frustações que temos é quando, diante de um "insight", uma idéia genial nossa, alguém vem e diz: "ah! Mas fulano (que geralmente é um grande pensador da humanidade) já disse isso há muito tempo! Sua idéia não é original!"

Somos movidos por uma necessidade de sermos autênticos e criativos, dai a frustração que se segue quando alguém nos diz que não fomos originais. Como passei muito por essa frustração quando criança e adolescente, tento fazer ao contrário quando meus alunos têm esses tipos de "insights". Eu digo: "parabéns! Você chegou sozinho onde um grande pensador chegou!" Acho que isso é um pouco mais estimulante.

Mas voltando as minhas frustrações infanto-juvenis, uma que eu carrego até hoje é: descobrir um conceito novo e complexo, entendê-lo e logo em seguida descobrir que ele já foi há muito ultrapassado.

É igual entender a Lei da Gravitação Universal no colégio e depois descobrir que a Einstein disse que a gravidade não existe, que o que acontece na verdade é que o Universo é curvo. Até eu entender isso, essa idéia de universo curvo já está mais do que ultrapassada (se já não estiver).

O que me motivou a escrever essa semana foi um livro que eu comprei para dar de presente. O livro chama-se "Nietzche e a Educação (de Jorge Larrosa, ed. Autentica). Não li o livro, pois era um presente, mas antes de comprar, dei uma olhada. No começo, o autor explica que Nietzche, apesar de superado, tinha uma grande importância pedagógica pela forma "como ele desmonta os pressupostos hermenêuticos da velha educação humanística."

Mas, putz! Pára tudo! Eu ainda estou aprendendo sobre o humanismo, mal sei o que é hermenêutica e alguém vem e me diz que Nietzche já desconstruiu isso tudo e que ele mesmo já foi superado!

Isso me deu uma certa dor de cabeça, e quem me conhece sabe que dificilmente eu tenho dor de cabeça.

Quer dizer, eu nunca nem li nada sobre Nietzche, pois considerava que primeiro precisava entender melhor os pensadores clássicos, e essa semana descobri que ele já era! O que fazer agora? Ignoro o Nietzche para todo o sempre.

Logo depois descobri que o Michael Apple, que é o autor do livro que eu comentei no último "post" também já foi ultrapassado pq ele é Marxista. Mas espera ai! Quase todos os autores atuais que eu leio são marxistas! O que eu faço???

Essa coisa de cultura deixa a gente meio perdido, meio deprê! Acho que vou ver a "Dança dos Famosos"!

Ah, outra coisa! Alguém ai me explica o que é a pós-modernidade!!!

terça-feira, 12 de junho de 2007

sobre o dia dos namorados e o pseudo-intelectualismo

Como estou solteira, resolvi me dar um presente de dia dos namorados.
Cedendo aos apelos capitalistas, a lógica é a seguinte: se não vou gastar dinheiro com alguém, gasto comigo mesma. Já ia gastar aquele dinheiro de qq forma, certo?!
Para creer que eu não sou tão influenciada pela sociedade de consumo, comprei um livro e mais ainda, um livro que critica o Capitalismo, hehe.

O livro chama-se "Educando à Direita - Mercados, Padrões, Deus e Desigualdade" e é de um autor norte-americano chamado Michael Apple, a quem tive a felicidade de "conhecer" no ano passado.
O Michael Apple critica a influência do capitalismo e neoliberalismo na política educacional dos EUA. Mas no fundo, o que ele escreve parece mto com o que vemos no Brasil (pq será?!).
Já no prefácio, uma passagem critica a classe média, o que vou transcrever no texto a seguir:

"Se, se um lado, os intelectuais da pequena burguesia manifestam seu antagonismo aos discursos e posições hegemônicos-conservadores - exprimindo seu intimismo - por outro, a eles aderem, e até mesmo servem - ficando à sombra do poder - porque na crítica, tomaram o cuidado de não atacar os problemas mais estruturais, possibilitando esta conciliação entre oposição e situação."

Eu poderia dar vários exemplos sobre isso, mas gosto muito de um: se por um lado, como professora, quero uma educação pública, de qualidade e libertária, por outro, como indivíduo, quero que meus filhos tenham acesso à uma escola que lhes permita passar no vestibular para uma boa universidade. Isso está acima da proposta pedagógica da escola.

Fiquei me sentindo uma pequena burguesa... uma pseudo-intelectual cooptada (adorei isso, "vira-e-mexe" me sinto assim!).
Mas por outro, o livro custou 40 reais. Se eu não fosse uma "pequena burguesa", não teria comprado o livro.

quinta-feira, 7 de junho de 2007

um breve desabafo sobre os conflitos de identidade e realidade...

Dividindo centenas de milhares de identidades por ai afora.

Demora, mas a gente descobre que no mundo em que vivemos não temos mais 1, mas várias identidades a compartilhar. É tudo uma questão de se libertar dos rótulos, ou ao contrário, de usar um montão deles.

Acho que esse é um processo um pouco doído para a minha geração, acostumada a pensar que só somos especiais quando temos uma identidade e que estamos enquadrados em um grupo.

A internet tem um papel fundamental nisso. O sonho do conhecimento múltiplo e livre.

Essa é a próxima revolução, certo???

Silenciosa e pacífica como previa Gandhi.

Será??? Será que essa não é só mais uma ilusão de Maya a deusa hindu da ilusão?

Maya é a ilusão, a fantasmagoria que gera confusão que ilude a consciência das Entidades Vivas, que as impede de ver o Real.

Costumo brincar que às vezes vejo Maya dançando, ouço o som da música...

A música dela traz um sentimento dúbio: deixo-me seduzir, caio na dança ou fico atenta e escapo das armadilhas da ilusão.

Na filosofia oriental, pelo o que entendo, Maya não é um ser ardiloso, é ao também o poder criador do deus Brahman.

Então, a ilusão é criativa?!

Sempre fico na dúvida se me entrego ou se fujo da música... Fico mesmo na dúvida se deveras ouço essa música (usando deveras pela primeira vez na vida).

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Já repararam o quanto assistir ao Jornal Nacional é emocional?!

Após algum tempo de alienação premeditada, hj eu voltei a assistir ao Jornal Nacional.

Foi super emocionante e na falta de ter com quem comentar, fica aqui registrado.

Para começar, fiquei sabendo que o presidente da Venezuela criticou o senado brasileiro.
Antes de tudo preciso explicar que passei por uma intensa fase de alienação voluntária, assim como um método zen-budista-ocidental-contemplativo (se isso colar eu ganho dinheiro).
Mas voltando à Venezuela, não entendi pq tamanha indignação com o presidente, afinal alguém que fala mal do senado brasileiro tem grandes chances probabilística de ter razão.


Logo depois, voltaram a falar mal da Venezuela, desta vez em outra reportagem, sobre o encontro da OEA (Org. dos Estados Americanos?!). A "Sr. Arroz" falou que os países americanos deveriam intervir na Venezuela, pois ela ameaça a Democracia! Hum... mas peraê! Intervir em um país não é contra os ideais democráticos? O país da "Srta. Arroz" já não faz isso em outros países?


Neste momento, uma vozinha em minha mente diz:


- Isaba, quem falou em ideais? Estamos falando da grande e bela Democracia. Isso não tem nada a ver com ideais!


Por último, mas não menos importante, vi uma reportagem sobre uns grafiteiros brasileiros que pintaram um castelo na Escócia do século 13 (ai do lado). O Sr. "Conde-sei-lá-do-que", dono do castelo, achou a princípio tudo muito estranho, mas agora ele está se sentindo um visionário renascentista.

Enfim, o JN me fez relembrar uma filosofia que eu aprendi vendo Smallville, ontem de manhã no SBT (só p/ não dizer que eu tô puxando saco da Globo): a natureza humana é muito dual.

Isso foi dito por um criptoniano para o Clark Kent. Eles discutiram pq o tal criptononiano não entende pq o Clark se envolve tanto com 0s humanos, que afinal são seres tão evolutivamente involuídos!

"Oh! Cride, fala p/ mãe: - Que tudo que a antena captar, meu coração captura!"