segunda-feira, 1 de outubro de 2007

Sobre a deliciosa e confusa utopia das leis - com um estudo de caso sobe a LDB

Em minha atual fase de estudar para concursos, estou finalmente estudando sobre a Lei 9.394/96.
Para quem não é (e até p/ que é) da área de educação, essa é a lei que determina as diretrizes e as bases da Educação Brasileira (LDB).
Bom, eu não sou "adEvogada", então, eu acho as leis coisas muito esquisitas. As que já tive mais contato são as sobre meio ambiente, as de defesa do consumidor, o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) e finalmente a LDB.
Acho que a primeira sensação de todos que já leram essas leis é de como tudo seria perfeito se elas funcionassem. Acho também que isso é um pouco de ilusão de leigo, pq um historiador ou um filósofo certamente criticariam vários pontos das leis sob um ponto de vista social, cultural, político, etc.
Já um advogado apontaria várias falhas e dificuldades de aplicação... as famosas margens das leis.
Bem, eu não tenho essa capacidade de discernimento, por exemplo, eu achava o PCN (os parâmetros curriculares nacionais) o máximo, até que os meus professores da faculdade começassem a apontar vários problemas.

Mas voltando a LDB, estou lendo um livro que diz que no seu artigo 2, a LDB estabelece que "A educação (...) tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o mercado de trabalho".

Refleti sobre a minha prática como professora e vi que tenho atuado e posso atuar no preparo dos meus alunos para o exercício da cidadania e para o mercado de trabalho, mas o que afinal seria o pleno desenvolvimento????

O autor do livro diz que "somente a partir do momento em que a pessoa pode se desenvolver plenamente é que tem condições de se sentir realizada. Realizar-se significa executar planos que cada um estabeleceu para a sua vida. (...) A auto-realização é um objetivo predominantemente pessoal: na medida em que nos sentimos realizados, ficamos felizes. É claro que isso nunca acontece de maneira plena. Se assim fosse, não teríamos ânimo para continuar vivendo. Por isso, nossa realização é momentânea e sempre superada por novos planos."

Putz! Como posso ajudar meus alunos a atingir um pleno desenvolvimento??? Eu acho que nem sei como atingir isso na minha própria vida! Não sei responder isso, ainda estou digerindo essa idéia, e acho que vai ser uma digestão demorada...

Essas leis são bem ousadas, não?! Vai ver a ousadia torna elas assim tão distantes da realidade... ou não, tenho que pensar mais sobre isso! Preciso de ajuda de advogados (só p/ começar! depois de filósofos e historiadores).

Ah! O livro é "Estrutura e Funcionamento do Ensino Fundamental" de Nelson Piletti (Ed. Ática). Ele é muito bom para que detesta estudar sobre estrutura do ensino (assim como eu).