domingo, 29 de junho de 2008

De volta!

Bom, após uma pausa alienante, estou voltando as considerações críticas que se passam nessa cabeça aqui.

Recebi um vídeo pela internet excelente que discute os ciclos de produção, consumo e descarte e como o padrão de vida altamente ligado ao consumo foram estabelecidos nos EUA. O vídeo se chama "A História das Coisas" ou "The Story of Stuff".
Será que somos como os norte-americanos? Certamente que ainda não, mas como tendemos a reproduzir os padrões deles, temos que tentar nos libertar desse paradigma do consumo.

Mas, se essa "libertação" é muito difícil, mesmo para quem tem uma visão crítica sobre o assunto, imagina para que nunca parou para pensar nos prejuízos causados pelo excesso de consumo!
O prazer de comprar atualmente é muito ligado a satisfação imediata e somos seduzidos e ludibriados a todo tempo por comerciais que nos mostram o quanto seríamos melhores e mais felizes se comprássemos mais coisas.

Nem vou escrever muito sobre isso, pois acho que o vídeo é muito bom e explica essas coisas muito melhor do que eu.

Acho fundamental esse questionamento sócio-histórico que a autora faz para entendermos como chegamos até esse paradigma do consumo exacerbado, e para que possamos tentar saltar rumo a um outro, independente do quanto isso seja utópico. Como o vídeo diz: o sistema baseado no consumo insustentável foi "criado por pessoas e como nós também somos pessoas, podemos criar algo novo".



Além desse vídeo, hoje assisti ao filme "Saneamento Básico". Ele é muito bom e divertido (como tudo feito pela Casa de Cinema de Porto Alegre e pelo Jorge Furtado que eu vi até hoje). Recomendo fortemente!
Dá para ler a sinopse do filme no wikipédia, mas resumindo, a história fala sobre uma pequena cidade no sul, que possui problemas provocados pela falta de saneamento básico, mas o município só dispõem de uma verba para a produção de filmes. Os moradores decidem utilizar a verba para o filme na construção de uma fossa, mas para isso, precisam produzir um filme para justificar o uso do dinheiro em questão.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Um pouquinho de alienação!


Bom, não tenho escrito, não pela falta de tempo em si, mas pela falta de capacidade de elaborar frases, provocada pelo excesso de trabalho.

Em meio a tantos conflitos existenciais, resolvi fazer um programinha "alternativo": fui ver "Sex-and-the-city" com um grupo de amigas e depois nos enchemos de comidas cheias de açúcar no outback! Obviamente, falamos muita besteira e rimos muito!

Viva ao Imperialismo! hehe

Depois disso recarreguei minhas baterias!
E percebi que não dá p/ levar tudo tão a sério sempre!

FUI!
Até o próximo!

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Vamos fugir???

Oi Povo!

Estava meia sem tempo de escrever aqui, mas, graças a uma faringite, estou há dois dias de molho em casa.

Você acredita em um fundo psicossomático para doenças?

Então imagine uma professora insatisfeita que é acometida por uma doença que a impede de falar e voi là: temos euzinha aqui!

Assumi um emprego em um colégio público há umas 3 semanas. Até agora não vi nada de bom lá, e desabafando, sem muita censura (mas talvez com um pouco de eufemismo) posso dizer que o salário é muito ruim, os alunos muito mal educados, os professores desmotivados, isso sem falar na falta de infra-estrutura e um clima constante de histeria coletiva.

Ontem, enquanto eu estava de molho em casa, com febre e sem voz, vi uma reportagem no "Jornal Hoje" sobre uma doença chamada "Síndrome de Burnout", que em geral acomete professores. Fiquei impressionada em como eu me identifiquei com essa reportagem, quer dizer, eu que já dou aula há uns 5 anos, estou me sentindo assim por causa de 3 semanas de trabalho em um colégio onde não consigo enxergar nada de bom. Onde a crença na minha profissão está se esvaindo.

Uma coisa é você ouvir falar sobre a dura realidade das escolas públicas desse país, outra coisa é vivê-la. Achei que o que eu tinha vivido trabalhando em um pré-vestibular social e em um bom colégio público se aproximava disso. Hoje vejo que nem chegava perto.

Não tenho nenhuma conclusão, só deixo o desabafo e o vídeo (no link abaixo)para que vocês entendam um pouco como me sinto, acrescentando apenas minha enorme vontade de "jogar a toalha".

http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM842594-7823-PROFESSORES+SOFREM+COM+SINDROME+DE+BURNOUT,00.html

terça-feira, 10 de junho de 2008

E viva a diversidade Humana! Aha, uhu

Como estou totalmente sem tempo de escreve aqui, vou contar uma situação pitoresca que vivenciei essa semana.

Dia desses, eu estava querendo ler um livro mais, digamos, divertido e relaxante.
Ao abrir minha estante, percebi que não havia tal artefato e acabei pegando um livro do Nietzsche que na verdade pertence ao meu pai. Por mais que pareça estranho (coisa de nerd mesmo), eu tenho me divertido lendo esse livro, pq o Nietzsche é bem debochado (pelo menos me parece) e ele debocha de coisas que são super valorizadas pela cultura clássica.

Há mais ou menos um ano atrás (17/06/07) eu escrevi um post sobre um livro que eu havia dado de presente chamado "Nietzsche e a Educação", post no qual, entre outras, coisas eu comentava que nunca tinha lido nada sobre esse filósofo.

Mas, o fato pitoresco em si, é que nessa semana, em uma das minhas idas à Friburgo para ar aulas, saquei o livro e comecei a ler. Logo após ter pego o livro, percebi que a senhora sentada ao meu lado no ônibus havia feito o mesmo. Após algum tempo, parei de ler e fiquei pensativa olhando a paisagem, mas não contive a curiosidade e dei uma olhada no livro em que a tal senhora estava lendo. Ela lia o "livro mais lido do mundo", ou seja a Bíblia.

Comecei a rir, pois o último parágrafo do meu livro criticava justamente as crenças judáico-cristãs e bem ao meu lado uma pessoa lia a bíblia.

Comecei a me sentir muito estranha naquele ambiente, muito estranha entre aquelas pessoas, muito distante daquela realidade. Não porque eu achava que tudo o que o Nietzsche dizia fazia sentido e que as religiões fossem um mal a ser combatido, mas porque fiquei pensando que a maioria das pessoas ali sequer se permitiriam questionar isso (ou seja, dar o benefício da dúvida às suas crenças).

Será que o conhecimento isola as pessoas em ilhas?

Só de curiosidade, o livro que eu estava lendo era "O Crepúsculo dos Ídolos" e o que a senhora estava lendo era o livro de Amós, que é um dos últimos textos do Antigo Testamento que eu nem conhecia, mas andei dando uma olha e vi que fala bastante do julgamento daqueles que não seguirem as palavras de Javé.

Viva a diversidade humana!!!

ziriguidum, ziriguidum...

PS: Pessoas, comentem. As visitas a esse espaço tem rolado, mas fico sem o famoso "feedback"!

quinta-feira, 5 de junho de 2008

Le travail, les amis

Trabalhar parece ser o ponto alto da vida adulta!
Acho que se para ser criança tem que brincar (ainda existe criança?), adolescente tem que ficar e por fim, para ser adulto de verdade tem que se trabalhar.
É que quando corremos atrás de nossa independência total, um requisito básico é ser capaz de se auto-sustentar e ai vem o dinheiro e o trabalho...

Trabalhar é comumente visto em nossa sociedade como um sacrifício. Somos criados sobre o mito de que fomos expulsos do paraíso e que teremos que nos virar com sofrimento para sobreviver sem a "vida boa" do paraíso.

Acho que já falei aqui que tenho uma lista de discussão com alguns amigos do tempo de faculdade. Essa lista é praticamente uma entidade, pq tem gente ali que eu nem se quer convivi muito na época da minha graduação, mas com quem eu troco mais idéias do que com meus vizinhos. Acho que tem alguns que eu não vejo há anos. Tem os que participam muito e os que só leem "silenciosamente"(ou talvez só deletem os e-mails).

Essa semana, a discussão foi inflamada! Discutimos sobre o caráter propedêutico da Universidade. Uns acham que a universidade falhou em não nos apontar caminhos para o mundo do trabalho e outros acham que a universidade foi muito boa e ensinou o que lhe cabia ensinar.

Não vou tecer as minhas opiniões sobre essa discussão nesse post, posso até fazer isso em mensagens futuras.

Apenas acho que o que ficou claro para mim é que minha geração está vivendo o momento de sofrer a expulsão do paraíso.

Ouço muitos reclamarem do sofrimento provocado pela solidão da vida adulta. Eu ainda não senti isso, mas vejo essa ser uma reclamação constante.

Uma vez em uma livraria vi um livro intitulado a crise dos 25 anos. Nessa época eu tinha uns 20 e pouquinhos e achava que esse tipo de crise vinha só depois dos 40 quando as pessoas supostamente virariam pessoas bem sucedidas profissionalmente mas infelizes na vida pessoal. Tempos modernos... (ou pós-modernos) agora a crise já vem aos 25. Crise de um adulto que não consegue ser adulto de um ponto de vista pré-concebido e que sofre em crescer e muitas vezes reluta ao máximo para não passar por essa perda necessária.

Nos animemos, afinal, o preço do paraíso foi o fruto da árvore do conhecimento. Transgredir, mudar, pensar é então em sua origem, ser humano.

domingo, 1 de junho de 2008

Sobre o caso de amor entre a Mulher e o Livro

Bem, estive meio ausente daqui pois fui chamada em um concurso para professora de Ciências e estava às voltas com a posse, escolha de colégio, etc.

No final de semana passado, embora a minha resistência a comprar livros novos, uma vez que tenho alguns em minha prateleira que eu nunca li (e sempre digo que só comprarei um novo se ler os que eu tenho) fui "seduzida" por um livro, se é que você me entende.

Eu entrei na livraria com uma amiga. Estava decidida a não comprar nada, mas uma amiga me indicou um autor. Ela disse, "Bel, acho que você vai gostar desse cara aqui..."

Dito e feito. O cara, é o sociólogo polonês Zygmunt Bauman. Depois eu vim a saber que ele é muito conhecido, mas eu fui "apresentada" a ele ali e foi "amor a primeira vista".

Ele é um teórico sobre a pós-modernidade. Um tema que eu falo com recorrência, apesar de ainda estar tentando entender. rs.

De acordo com o site wikipédia O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, um dos principais popularizadores do termo Pós-Modernidade no sentido de forma póstuma da modernidade, atualmente prefere usar a expressão "modernidade líquida" - uma realidade ambígua, multiforme, na qual, como na clássica expressão marxiana, tudo o que é sólido se desmancha no ar.

O livro que eu comprei chama-se "Medo Líquido". Infelizmente não estou tendo o tempo necessário para "degustá-lo", mas assim que isso for possível, eu comento sobre ele por aqui.