terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Testando uma nova ferramenta e começando o balancete

Estou escrevendo essa postagem a partir do Windows Life Writer, que é uma nova ferramenta que vem junto com o novo pacote do messenger.

Esse fim de ano está muito corrido, e as postagens por isso estão muito reduzidas.

Se fosse fazer um balanço desse ano, acho que não caberia em uma postagem. Foi um ano para amadurecer, fazer escolhas, ter paciência e compreenção. As vezes nem tudo sai como desejamos, e em outras vezes, os acontecimentos superam as nossas expectativas. Foi um ano emocionalmente muito intenso, no qual aprendi (e estou aprendendo) a lidar com serenidade e esperança com esses sentimentos.

Como tudo na vida, a gente aprende a ser adulto.

Ainda pretendo escrever mais sobre isso até o fim do ano… esse foi só um “comecinho”.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

São tantas coisas que tá difícil dar um título!

Estou com tantas idéias na cabeça ao escrever este post que acho que será difícil expressá-las em um texto. rs

Bem, então, como de costume, vou contar uma historinha. Hoje, antes de pegar o ônibus para subir a serra, como de costume, passei na banca de jornal da rodoviária (que infelizmente não é aquela grandona da rodoviária novo rio). Adoro "paquerar" revistas na banca de jornal. Isso é uma herança da minha infância em que eu tinha o dinheiro contadinho para comprar revistinhas da turma da mônica e figurinhas.
Hoje, comprei uma revista de decoração, uma "Scientific American" e quando fui pagar, vi um livro da coleção da folha de SP "A Metafísica dos Costumes" de Kant. Bom, comprei também. Ai acho que o meu texto pode se dividir em 2 partes:

Parte I
Sobre as "coincidências" ou interligações das idéias


Sábado, vi pela milésima vez AI. Tenho uma atração especial por filmes e livros que discutem a questão moral da relação dos humanos com inteligências artificiais. É facinação mesmo de pensar sobre isso, vai explicar, né?! rs Lamento não ter lido ainda Eu, Robô e outros livros do Asimov. Até hoje só li "O Despertar dos Deuses" que é ótimo, mas não está dentro desta temática. Na "Scientific American" que eu comprei tem uma reportagem sobre a possibilidade (ou não) de se inserir decisões éticas em robôs com AI e mostra que inclusive já foi programado um robô com um princípio ético. Bom, terminada a revista, parti para o livro que tem toda a sua segunda parte dedicada a reflexão sobre... A Ética! Nossa, não é tudo muita coincidência? Quer dizer, o filme passou na tv no sábado, e eu comprei esses dois materiais (sem essa finalidade). Bom, já vi que o Kant tem um pensamento bem oposto ao pós-moderno mas vou usá-lo de maneira hipertextual para retomar minhas reflexões sobre a história da moral e da ética (e quem sabe finalmente ler Eu, Robô e ver 2001, Uma Odisséia no Espaço).


Parte II
Sobre como o principio da autoridade nos inibe de aprendermos


Bom, sempre gostei de filosofia. Deve ser porque fui uma criança bem tímida, o que me fez pensar muito. Só que nunca estudei isso na escola, por exemplo. Na escola, me lembro de ter estudado os iluministas na aula de história e de ter gostado muito e de ter ganhado o Mundo de Sofia de uma amiga que desistiu de ler e me deu. Disse ela: ah, é muito viajante, você vai gostar! (o que foi uma crítica, eu acho, rs). Foi ai então que eu me apaixonei mesmo por filosofia, mas enfrentava muita dificuldade de conversar com as outras pessoas pois, ou as elas ignoravam totalmente a filosofia, ou sabiam demais para conversar com uma adolescente como eu que sabia muito pouco. Me convenci então que deveria estudar os principais filósofos começando pelos gregos. Fui fazendo isso, até que um dia conheci um professor de filosofia que disse que isso era uma grande bobagem, que eu ia estudar tudo isso só para depois ver que existia uma filosofia contemporânea completamente diferente do que eu tinha estudado. Ou seja, foi um banho de água fria, porque assim... quem são os filósofos contemporâneos? Na época eu não tinha o google e me senti fadada ao grupo de quem não sabia nada de filosofia e não teria tempo e paciência na vida para aprender. Mas, é claro que continuei gostando e tentando entender. Foi quando eu comecei a dar aulas (de Biologia, que é minha área de formação) e quando damos aula, passamos a não ter mais medo de aprender sobre nada, porque a gente tem que ensinar, logo, precisa aprender, sempre. Ai, hoje em dia, quando eu começo a ler sobre um assunto, ainda ouço os fantasmas falando: "isso é inútil, ultrapassado, todo mundo sabe"! Mas, "dou de ombros" para eles e vou em frente. Estou aprendendo a espantar os fantasmas.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Aos mestres, com carinho!

Quando estava na escola, adorava assistir às aulas.
Adorava aqueles professores que contavam história. Não me lembro bem dos conteúdos das aulas, mas lembro de várias das histórias que eles contavam.
Sempre me perguntava o que fazia um professor ser "bom" e o outro se "ruim".
Naquela época, eu achava que ser um bom professor era um dom, se nascia ou não com ele.
A minha vida então seguiu muitos caminhos, até o ponto de que decidi ser professora. E como fui professora (voluntária) antes dessa decisão, me perguntei se eu tinha esse tal "dom". Será que eu teria nascido com ele?
Na minha concepção, não, eu não nasci com esse dom. Quer dizer, não sou a professora mais querida, ou a mais bem sucedida, nem faço coisas mirabolantes e merecedoras de prêmios. Sou só mais uma professora.
E ai, o que fazer quando não se tem esse dom? Na minha concepção, na época, eu tinha que correr atrás do prejuizo, ou seja, estudar, tentar entender como se torna um bom professor. No começo, foi ao mesmo tempo instigante e desanimador. Afinal, eu teria que aprender mais biologia, mais pedagogia, mais psicologia, mais sociologia, mais história e quanto mais eu estudava, mais eu via que teria que aprender. Foi ai, que eu comecei a gostar dessa história de ser professora, e finalmente quando fiz o estágio, redescobri a escola! Ah, a escola que eu tinha tantas saudades, as histórias que eu ouvia...
Bom, hoje em dia, eu ouço muitas histórias! Histórias de professores, de alunos, da funcionária da secretaria, da cantina, do inspetor. Haja histórias! E são de todos os tipos!
O que mudou é que eu entendi que não tem nada dessa coisa de dom! Bom professor é aquele que quer ser bom, seja lá que linha filosófica siga, ele faz por onde para ser bom, mesmo que nem sempre seja, e nem sempre acerte. É aquele que, frente as angústias da profissão, se reinventa, se revê, se transforma, mesmo que sofra com isso, que viva correndo e por vezes desanimado!

Parabéns a todos os professores que querem ser bons! A folguinha é mais que merecida!

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Você já ouviu falar na expressão "Zona de Conforto"?

Bom, eu a ouvi pela primeira vez esse ano, de uma amiga psicóloga. Achei uma expressão intrigante. Se nunca ouviu, eu coloquei um link, mas se colocar essa expressão no google, terão várias referências.

Esse ano passei por situações com as quais não sabia e não queria lidar, mas não tive opção. É quase como estar dormindo, numa cama quentinha e ter que ir dormir em uma tábua de madeira. Lá se foi a Zona de Conforto embora.

Em meio a minha turbulência pessoal, a diretora de uma das escolas que eu trabalho, disse que devíamos preparar os alunos para "as rasteiras que a vida dá". Segundo ela, às vezes está tudo em ordem, e ai, vem a vida e desestrutura tudo.
Naquele momento, minha vontade foi de perguntar para ela:
1- Como se faz?
2- Como se ensina como fazer isso?
Bem, como não tive coragem de perguntar na hora, fiquei desde então pensando no assunto. Uma vez passei por grandes mudanças, e me sentia como se estivesse em um quarto bagunçado, tendo que re-organizar meus sentimentos, como roupas em um armário e livros em uma prateleira. Nessas horas, seria bom uma mágica, ou pelo menos telecinese, mas o fato é que só nos resta arregaçar as mangas e trabalhar.
O problema é que depois que está tudo arrumadinho, ajeitado, a gente se pergunta, por que mudar? Está tão bom assim, do jeitinho que eu gosto. E é ai que caimos outra vez na Zona de Conforto.
Há um mês atrás, vi que estreiaria um filme com a Júlia Robert e o Javier Barden chamado "Comer, Rezar e Amar". Me chamou atenção pelos atores, mas logo me lembrei que esse era um nome de um best-seller, e como eu já disse aqui, tenho preconceitos com best-sellers. Mesmo assim, gosto desses atores, de ir ao cinema, e de filmes "água-com-açúcar", logo, quis ir assistir. Mas, o que me chamou mais atenção foi que na sinopse tinha a descrição de uma personagem que precisou abandonar sua Zona de Conforto e, caramba, lá está a tal da expressão outra vez.
Fui assistir ao filme no sábado passado e adorei. Ele mostra uma pessoa que vai para outros países para se entender, se redescobrir, se conhecer. Mas, por experiência própria, não é preciso ir tão longe.
O drama do fim do filme é que depois de tudo isso, é preciso se abrir para os outros, confiar, dividir. Mas ai é difícil, né? O quarto já está tão arrumadinho, e do nosso jeito... Por que mudar?

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Humor é resultado da bioquímica?

Pergunto isso porque, em geral, sou muito bem humorada e meus momentos de mal-humor são curtos e acabam em piada. Ai, considerando que conheço muitas pessoas que vivem reclamando, me questiono se há algum fundo genético ou se o mal-humor é opção.

Tornei a pensar sobre isso, pois ontem, como por certas vezes, estava me sentindo melancólica. Aproveitei o fato de ter vindo ao nível do mar e fui passear na praia para pensar na vida... É impressionante como passear, ver e ouvir o mar ajudam nisso e como isso faz falta quando se está longe. Isso me faz pensar na questão de nossa identidade com o local em que fomos criados.

Bom, sentei em frente ao mar e "curti" minha melancolia... Às vezes somos impacientes e lamentamos o que não conseguimos. A cor do dia parecia estar refletindo como eu me sentia por dentro.



A pergunta: "Humor é bioquímico?" vem um pouco da idéia de que é estranho como estamos bem e de repente entramos em um estado de introspecção, ou pior, tristeza. E em nossa sociedade, estar triste é condenável, precisamos estar felizes sempre, como se isso fosse possível. E nessa "corrida" por ser feliz, estamos eternamente insatisfeitos e em busca de padrões do que seria essa tal felicidade.

Mas, se estar triste é ruim, e de fato é, o estado de melancolia, ao meu ver, é positivo, pois ele nos faz parar, refletir e reavaliar. E é isso que dá ferramentas para uma felicidade sólida e verdadeira e não uma euforia constante e artificial.

Na semana passada, quando escrevi que tinha me decepcionado, mas que isso tinha sido encarado como uma coisa positiva, alguns amigos me procuraram querendo saber o que houve. Achei engraçado como o foco deles foi no problema, queriam saber como eu estava, e não na minha descrição de que aquilo foi encarado de forma positiva. Claro que a preocupação é legitima e admirável, mas isso para mim mostra essa tendência que temos de achar que devemos estar sempre bem.

Talvez devessemos mesmo estar sempre bem, afinal, a maioria dos problemas é pequena frente aos problemas "reais" que tantos passam o tempo todo, mas é só quando encaramos os fatos e não nos vitimizamos que temos a serenidade para compreendermos isso e agirmos.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

As vezes eu pressinto...

Bom, uma pequena pausa nos estudos sobre tecido sanguíneo (ou uma pequena desculpa para uma pausa, rs).

Nesse fim de semana, recebi uma notícia que frustrou algumas expectativas minhas. O que a princípio deixaria qualquer um triste. Mas, eu mesma me surpreendi por não estar triste, e sim, talvez aliviada e logo depois feliz.
Questionei-me sobre como poderia estar feliz frente a uma decepção e percebi que aquela "perda" me abria outras possibilidades. Toda situação, por melhor que seja, tem os seus "contras" e quando perdemos algo, deixamos também esses contras para trás e ficamos abertos para o novo, novas possibilidades.
Na primeira vez que terminei um namoro, passado um certo tempo, pensei o quanto eu vivia esperando uma felicidade maior chegar e o quanto deixei de ser feliz nesta espera, e de repente tudo ruiu e ficou a sensação de que o que era bom não foi de fato aproveitado. O que levei dessa experiência foi o aprendizado de que devemos viver e sermos felizes no real, no presente, e não no que é idealizado. Isso é claro, é um exercício, não é fácil, e até mesmo doloroso no começo. Mas, quando eu passei a viver mais no “real”, logo após essa experiência, comecei a sentir mais a graça da vida, ser menos rigorosa, especialmente comigo mesma e consequentemente com os outros.
O que estou dizendo, de forma alguma exclui o fato de que temos que nos dedicar para construir as coisas, mas que devemos aproveitar a construção, o caminho em si e não esperar a obra ficar pronta para nos regozijarmos.
Tem uma música do Lenine, chamada “Só o que me interessa” que tem um verso que diz: “as vezes eu pressinto e é como uma saudade de um tempo que ainda não passou”. Esse verso me lembra uma cena do filme “Diários de Motocicleta”. Che estava visitando as ruínas andinas. Ele diz que é engraçado como sentimos saudades de algo que não vivemos. É claro, que os contextos são diferentes. A frase de Che se refere ao sentido de cultura e identidade latino-americana, mas essas duas obras expressam um sentimento freqüente em mim, o de que algo bom e especial sempre virá. Ai o equilíbrio está em não viver em um mundo de fantasias e sim construir...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

agente não quer só comida!

Continuando na vibe Titãs, rs.

Bem, eu não curtia muito cozinhar. Mas mamãe quis me criar para ser uma pessoa independente e de acordo com as teorias dela, uma pessoa independente tem que saber cozinhar o mínimo para a sua sobrevivência (e independência, é claro).
Eu comecei a me interessar por cozinhar quando comecei a querer ter uma alimentação mais saudável, mas achava que só sabia fazer o básico, que não tinha o dom de fazer coisas gostosas, como tantas pessoas têm.
Ai entra o lado bom de ter que cozinhar para você mesma, porque, você vai ter que fazer, e pode ousar, já que o único crítico será o seu próprio paladar.
Tendo que cozinhar, descobri o prazer dessa tarefa. Percebi como pensar o que comer, preparar e transformar os alimentos era uma coisa prazeirosa, quase mágica mesmo. Ver as texturas se modificando, sentir os aromas sendo liberados... uma delícia.
Só, que sendo prática, não dá para dedicar muito tempo para isso sempre e como esse ano eu descobri que minha taxa de colesterol estava ligeiramente alta e que miojo era uma coisa que tinha muita gordura e outras coisas péssimas para o organismo, resolvi cortá-lo de vez da minha vida, rs e criar soluções práticas e saudáveis.
Muitos amigos, por já terem provado ou por me ouvirem falar sobre o meu gosto por cozinhar, me pedem para ensinar. Quando eu vi o filme "Julie e Julia" fiquei com vontade de fazer o mesmo, mas como eu não tenho tempo, nem para cozinhar todos os dias e nem para fazer outro blog, resolvi aproveitar meu espaço, afinal, esta atividade, tem muito a ver com minhas idéias isabelescas, já que no meu ponto de vista acabo tendo uma relação melhor comigo mesma quando cozinho, porque é algo que me relaxa e sei que o que eu comerei me fará bem.
Então, quando der, colocarei aqui algumas receitas simples. Não sou nutricionista, logo, não recomendo a minha alimentação para ninguém. São só idéias abertas à críticas.
Em primeiro lugar, minha idéia é fazer receitas na linha do programa "Larica Total": fáceis, rápidas e sem coisas mirabolantes. Eu não tenho muitos utensilhos de cozinha, mas uma coisa que eu recomendo fortemente é uma panela para cozinhar legumes no vapor, porque é fácil de prepará-los assim e fica muito gostoso.

Bom, outro dia eu fiz algo que eu chamo de fast-food saudável. Passei no hortifruti, comprei uma bandeja de verduras orgânicas lavadas, ovos, um tomate débora bem maduro, uma cebola e vagem francesa. A vagem eu lavei rapidinho, cortei as pontinhas e coloquei para cozinhar no vapor. Piquei meia cebola e o tomate (pode deixar a casca, é só tirar as sementes) que foram adicionados a dois ovos, então mexidos no azeite (sal a gosto sempre). Como na bandeja de verdura vieram umas folhinhas de manjericão, eu também coloquei no mexido, mas dá para substituir por oregano ou outra ervinha de sua preferência. Bom, está tudo pronto, é só montar o prato, é isso mesmo, levei só 20 minutos no máximo fazendo isso, e ai está:

Temperei a salada com azeite e shoyu. Nível de dificuldade quase zero, o mais difícil é picar o tomate e a cebola.
Para quem acha que isso não alimenta, minha dica é repita, a vontade e coma frutas depois. Se ainda assim tiver fome, coma um docinho, a idéia aqui é comer bem, sentir o sabor da comida, descobrir sabores novos e não se torturar.
Outro dia eu coloco outras receitas...

domingo, 22 de agosto de 2010

Ah... O Amor

Essa semana, comecei a dar aula para uma turma de oitavo ano. Eu tinha prometido a mim mesma que não assumiria mais nenhum compromisso de trabalho, mas o professor deles pediu demissão e a tendência provável seria: eles ficariam sem professor até o fim do ano e no final fariam um trabalho que justificasse a nota. Considerando isso, resolvi assumir a turma.
Essa turma é considerada na escola como a mais complicada. Uma das reclamações recorrentes dos professores são os constantes comentários do alunos sobre sexo, especialmente em relação às meninas. Foi até proposto um ciclo de palestras com alguém externo, mas como eu não era professora da turma, fui acompanhando a questão pela visão dos meus colegas.
Como o professor anterior deixou pouco registro do que tinha sido ensinado e considerando que tradicionalmente o currículo de Ciências para o Oitavo Ano é "Corpo Humano", a primeira ideia seria falar sobre sexualidade com eles, certo? Bem, eu me lembrei de uma conversa que tive com uma profissional do SOE de uma das escolas em que trabalhei, em uma época que os alunos me perguntavam muito sobre isso. Ela disse que se eles perguntavam é porque se sentiam a vontade e tinham confiança para me perguntar sobre assunto, que é íntimo. Pensando nisso, achei que não seria uma boa abordagem "chegar falando sobre sexo". Quer dizer, eu não tinha qualquer relação construída com esses alunos, logo, nenhuma intimidade. Não queria ser uma adulta ditando regras politicamente corretas.
Bem, se não falar sobre isso, como eu poderia começar?
Nesse processo de seleção de conteúdos, me lembrei de uma conversa que tive com um amigo. Ele me disse que estava curtindo ouvir algumas músicas dos Titãs, e citou em especial a música "O Pulso". Ele estava se perguntando sobre o que poderia dizer aquele refrão "O pulso ainda pulsa/o corpo ainda é pouco". Depois dessa conversa fiquei pensando que algumas músicas dos titãs, em especial do Arnaldo Antunes tem um "cara" meio naturalista. Lembrei do meu professor de literatura da escola falando sobre as características do naturalismo e das poesias do Aluísio de Azevedo e me pareceu que isso tudo se parecia com as descrições que os professores faziam dessa turma. Então, decidi usar essa música para fazer uma atividade com eles, para entender um pouco sobre como eles eram. Peguei meu CD "Acústico" que por acaso ganhei quando tinha uma faixa etária bem próxima a que os alunos estão. Comecei a aula tocado a música e fiz 4 perguntas sobre a ela e sobre o que eles achavam dela e do próprio corpo. Deixei tocando o resto do CD enquando eles respondiam.
Depois de um tempo, discutimos um pouco sobre as respostas.
O que mais me chamou atenção foi em relação a minha última pergunta: "Existe algo sobre o seu corpo que você gostaria de conhecer melhor?" Todos responderam que não. Fiquei surpresa e perguntei se eles não teriam curiosidade de saber o que muda durante a gravidez; o que o álcool provoca no cérebro, etc. Ai todos disseram que sim, gostariam de saber essas coisas. Uma menina aproveitou a deixa e falou: "professora, eu queria saber por que a gente se apaixona". Conversamos um pouco sobre o assunto, foi ótimo.
Conversei também com eles sobre o que já tinham estudado com o outro professor e o próximo tema seria "Sistema Nervoso". Então pensei, porque não começar falando sobre o que acontece no sistema nervoso quando nos apaixonamos?! Comentei isso com a professora de geografia que me emprestou uma reportagem da revista Superinteressante sobre isso.
Vou problematizar isso com eles e a partir dai discutir a organização e plasticidade do sistema nervoso.
Todo esse processo criativo foi muito interessante e prazeroso para mim e por isso resolvi escrever sobre ele aqui no blog. Primeiro porque sem dúvidas ele foi influenciado pela minha formação inicial e por todas aquelas discussões sobre que corpo humano discutimos nas aulas de Ciências, de que não devemos falar sobre o corpo de uma forma mecanizada e recortado de um contexto sócio-cultural. O que só reforça minha crença na formação inicial e continuada do professor para superar as dificuldades e angústias da prática docente, descontruindo a ideia em que muitos teimam em insistir que para ser professor temos que ter um "dom imanente".
Em segundo lugar, porque ele foi resultado de uma troca de idéias com 2 amigos (de forma direta, porque sem dúvida que outras conversas contribuíram para esse processo) o que me mostra que essa troca é uma das melhores coisas de ser professor e que a gente tem que se abrir para as idéias das outras pessoas.
Por último, que ouvir os alunos ao invés de impor um conteúdo serviu para eu re-elaborar os conceitos que eu tinha sobre eles e para construir uma boa relação inicial com a turma, uma relação de abertura para as atividades que eu vou propor em seguida.
Bom, acho que eu já escrevi muito... o título da postagem é "ah, o amor". Pode parecer que o amor tenha ficado perdido nas minhas idéias, mas não ficou não, é que no fundo, é um assunto que nos interessa, que serviu de elo para o diálogo, e que me move profissionalmente. Vamos ver os desdobramentos!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Sobre doentes e médicos (em vários aspectos)

Bom, eu evito escrever relatos sobre o meu dia a dia, e tento sim refletir sobre fatos cotidianos. Pois bem, acho que hoje vou ser mais descritiva mesmo. Estou doente. Nada grave, é como estar com uma gripe muito forte. Sinto dores no corpo, febre, dor de garganta. Em meio há muitos e variados conselhos, todos foram unânimes em dizer: "vá ao médico!" Como ontem, fiquei sem voz, e falar é o meu trabalho, segui esse sensato conselho e fui.
Ao chegar ao hospital, pediram que eu colocasse uma máscara, pois eu poderia estar com a ainda famosa gripe causada pelo H1N1. Como pessoa obediente e cumpridora dos deveres que sou, coloquei o raio da máscara. Um menino perguntou ao pai porque eu estava usando aquilo. O pai respondeu baixinho: "frescura filho, frescura..." e eu ali, achando que estava realmente fazendo uma coisa útil usando aquela máscara e evitando a contaminação alheia. Até ai nada de estranho, certo?! Bom, foi a partir dai que começa a questão. Quando o médico me chamou e me viu de máscara, deve ter achado que eu era portadora de uma epidemia mortal. Disse que eu não devia retirar a máscara pois ele não queria pegar o que eu tinha (seja lá o que fosse). Quando eu questionei como ele iria examinar a minha garganta então, ele pediu que eu retirasse a máscara, sem respirar, e olhou de longe por exatos 2 segundos. Deu o veredcto: Amigdalite viral e que desta forma eu não tinha que fazer nada só esperar. Perguntei a ele se eu devia fazer repouso então, já que sou professora e estava sem voz e com algo tão potencialmente contagioso. Ele disse que não e me olhou com uma cara como se eu não tivesse querendo trabalhar. O tempo total dessa consulta foi de menos de 5 minutos.
Hoje, como acordei me sentindo pior e ainda quase sem voz, decidi procurar um otorrinolaringologista. Ai vem o outro lado da profissão médica. Primeiro, ele me cumprimentou conversou, examinou (ouvido, nariz e garganta), me deu um diagnóstico, perguntou se eu tinha várias doenças e só então prescreveu os remédios, tomando cuidado de explicar toda a receita (leu ela comigo e a letra era legível). No final, ainda conversou comigo sobre como preservar a minha voz e disse que se um médico não quer examinar um paciente, deveria procurar outra profissão. Ele era daqueles médicos altos, muito brancos, com dedos grandes (que são os meus preferidos, rs, deve ser algum tipo de identificação nerd). Fui tão bem atendida que sai de lá até me sentindo melhor (mas ainda sem voz, rs) e me questionando: o que faz com que esses médicos tenham me tratado de forma tãaaaaaao diferente? Talvez o otorrino tenha uma maior especialização, mas será que isso justifica?
Quero guardar essa visão comparativa e usar no meu dia a dia e no meu exercício profissional. Em menos de 24h tive o exemplo de como NÃO quero ser e de como eu DEVO ser.

domingo, 25 de abril de 2010

Poliana

Nesse final de semana, trabalhei para substituir uma amiga. Fato é, que mesmo que se goste muito do que faz, ninguém gosta de trabalhar no fim de semana. Quando chegamos para trabalhar no quinta, em meio a dois feriados, começamos a brincar, vendo o lado positivo dizendo coisas do tipo "o dia está muito bonito", "estamos trabalhando com pessoas agradáveis", entre outras coisas. Uma das pessoas presentes disse, em tom crítico, que não aguenta essa mania de "Poliana". Para quem não faz idéia do que isso quer dizer, Poliana é a personagem de um livro homônimo que é feliz mesmo diante de grandes problemas. Eu mesma nunca li esse livro, mas acho que tenho uma tendência mesmo de ser "Poliana", de ver sempre o lado bom das coisas. Frequentemente me pego pensando como sou uma pessoa privilegiada, afinal tenho casa, emprego, saúde, pessoas queridas ao meu redor. Mas, fiquei intrigada com o tom crítico de minha colega de trabalho, afinal, que mal há em ver o lado bom de cada coisa? A vida é feita de perdas, pois para cada escolha, estamos abrindo mão de possibilidades, e muitas vezes lidamos com situações que não escolhemos, somos submetidos. E ai entra meu lado Poliana mesmo: contra o que não podemos controlar, podemos escolher por 1-não aceitar ou 2-aceitar, aprender e explorar novas possibilidades. Não sou a favor de diminuirmos nossos sofrimentos ou ignorá-los face a tantos problemas maiores que temos no mundo. Mas acredito que temos que nos enchergar como humanos, logo cheio de limitações e possibilidades. Respirar fundo e seguir adiante, trocar experiências e vermos que não estamos sozinhos em nossas questões.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Sobre o prazer (pequenos prazeres) e o Tempo

Bem, não escrevo há um bom tempo, pois o tempo corre em ritmos diferentes: demora quando estamos trabalhando e corre quando nosso tempo é "livre". Mas, o que me motivou a escrever hoje não foi isso. Teria muitas coisas a dizer nesse momento que esta sendo de tanta transição na minha vida, mas hoje vou falar de algo que já falei no último post: sobre como é bom morar sozinha.
Bem, quando você está fazendo faxina no feriado e está feliz é porque realmente está feliz. Hoje passei o dia arrumando, organizando perfumando as coisas por aqui. Até pensei em sair por aquela famosa obrigação de termos que fazer algo "interessante" em nosso tempo livre. Mas, foi quando me peguei sorrindo por estar fazendo o almoço ouvindo Tom Jobim, que resolvi que ia passar o dia fazendo isso e que não tinha que sair para prestar contas sociais do tipo: "viu, sou feliz pois sou uma pessoa descolada, olha que coisa diferente eu fiz no meu tempo de folga?!".
Mas, qual a relação entre isso e morar sozinha? Bem, é que morando só, ninguém controla o seu tempo, não te diz o que fazer, não te recrimina pela forma com que você dispende dele, ou como você se satisfaz.
Sei que são poucas as pessoas que devem sentir o prazer que eu sinto em organizar minhas coisas, em viver em um ambiente organizado, bonito (e cheiroso, rs), em fazer minha comida (saudável).
Acho que o difícil de viver a dois é isso. Não dá para encontrar alguém com gostos e hábitos idênticos aos seus, então os dois têm que se esforçar para conciliarem os hábitos e darem espaço para os prazeres do outro, mas acho que isso se torna cada vez mais difícil em um mundo em que é mais fácil substituir do que construir.

quarta-feira, 10 de março de 2010

O que você queria ser?

Outro dia, para variar, estava perdida em meus pensamentos e lembrei que quando eu era adolescente pensava em como seria a minha vida adulta. Eu lembro que aos 15 achava que com 21 anos seria uma mulher independente, bem resolvida, moraria sozinha, teria um grande amor (também bem resolvido)nós pensaríamos em casamento, mas nada de pressa, queria curtir minha vida independente. Ah! Eu também queria ter cabelos curtos e loiros, tipo um visual moderninho, sabe e uma carreira bem sucedida.
Me peguei morrendo de rir, dá para acreditar nisso?! E ai bem, fiquei pensando no que disso tudo aconteceu e em que ordem. Bom, me formei com 23 anos, e a como decidi estudar um pouco mais, demorou um pouco mais para a independência financeira. Antes de tudo isso, tive um grande amor, mas não casei, só digamos assim "ameacei" e agora tô vendo que morar sozinha é tudo de bom, que amadurece a gente para casar de verdade(e da força a minha idéia de objetivos comuns e quartos separados, rs). Nada disso foi "bem-resolvido", mas meus amigos sempre me fazem acreditar que sim, porque eu faço piadas sobre essas coisas sempre ou porque eu tenho resquícios budistas na minha formação (não me apego).
Bom, quanto ao cabelo... rs, já pintei o cabelo e cortei ele curtinho. Nunca fui loira e o cabelo agora tá bem caretinha...
O que dá para perceber é que nem tudo sai de acordo com o que planejamos, mas também, francamente, ainda bem que os planos mudam, né e que dá sempre para re-inventar a vida!
Esse texto também prova que eu já fui adolescente um dia, mas felizmente meu córtex frontal já se modificou! rs Para os que reclamam, tenho uma certeza, ser adulto é muito bom!

domingo, 28 de fevereiro de 2010

vídeo legal: Levante Sua Voz

Sem tempo para comentar, mas ele já diz tudo por si só.
Recebi de uma amiga hoje. Quem já viu "Ilha das Flores" vai gostar.

Intervozes - Levante sua voz from Pedro Ekman on Vimeo.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Religar-se

Caros leitores,
Estou cansada, trabalhei o dia inteiro, está tarde, mas acho que não poderia deixar de relatar a maravilhosa experiência que tive hoje ao ouvir o Prof. Leonardo Boff. Não é de hoje que eu o admiro, mas acho que realmente algumas pessoas tem o dom de com serenidade compreender (e transmitir) o que há de mais fundamental e essencial nesta vida. Saí da palestra com a sensação de ter me ligado com uma parte de mim mesma, que em meio a tantas coisas pequenas e mesquinhas do cotidiano, fica as vezes esquecida.
Devido ao cansaço e a falta de talento para relatos por escrito, não vou enumerar ou resumir as colocações feitas na palestra com extrema lucidez. O tema central da palestra foi a Carta da Terra que por si só já diz tudo!

Vou colocar abaixo o Preâmbulo, mas dando uma "googleada" é fácil achar o texto inteiro.

"Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro reserva, ao mesmo tempo, grande perigo e grande esperança. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio de uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos nos juntar para gerar uma sociedade sustentável global fundada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade de vida e com as futuras gerações."

Sigo com entusiasmo, pois hoje aprendi o real significado dessa palavra:

"Em grego, de onde se deriva, entusiasmo é enthusiasmós. Compõe-se de três partes: en (em) thu (abreviação de theós=Deus), e mos (terminação de substantivos). Entusiasmo significa, pois, ter um Deus dentro, ser tomado por Deus. Não é uma intuição fantástica?

O entusiasmo não é exatamente isso, aquela energia que nos faz viver, cantarolar, saltitar, dançar e irradiar vitalidade? É uma força misteriosa que está em nós mas que é também maior que nós. Nós não a possuímos, é ela que nos possui. Estamos à mercê dela. O entusiasmo é isso, o Deus interior. Vivendo o entusiasmo, neste sentido radical, estamos vivenciando a realidade daquilo que chamamos Deus."

(artigo de Leonardo Boff para o JB online)

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Tudo Novo de Novo

Uma vez sofri muito por ter terminado um namoro, acho que todo mundo passa por isso uma vez na vida. É comum quando a pessoa está na fossa, ficar ouvindo aquelas músicas "dor-de-cotovelo". Uma amiga minha diria que esse "luto" pela perda do amor é importante. Então, quando estive nessa fase, ouvi mil vezes uma música do Los Hermanos que tem como refrão o verso "Quem sabe o que ter e perder alguém, sente a dor, que eu senti" e acho que na milésima vez, me "caiu a ficha" de que aquela dor não era exclusividade minha, que todo mundo passava por isso.
E assim, como boa ser humana que sou, me senti confortável com aquela identificação com todas as pessoas do mundo e parei de sofrer. Acho que sofrer demais é meio que um egocentrismo. Sofremos porque achamos que somos especiais, que nossa dor é maior ou mais importante, porque se fomos avaliar, tem gente que sofre bem mais (seguindo a lógica de que tudo pode ser sempre pior).
Bom, na última vez que passei por isso (há quase 2 meses atrás), o Paulinho Moska fez uma música para mim e me deu de presente de Natal(rs). Para quem vive dizendo que eu estou muito bem e que nem parece que eu passei pelo o que eu passei há tão pouco tempo, eis a receita, segui os conselhos do Moska:

Vamos começar
Colocando um ponto final
Pelo menos já é um sinal
De que tudo na vida tem fim

Vamos acordar
Hoje tem um sol diferente no céu
Gargalhando no seu carrossel
Gritando nada é tão triste assim

É tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos

Vamos celebrar
Nossa própria maneira de ser
Essa luz que acabou de nascer
Quando aquela de trás apagou

E vamos terminar
Inventando uma nova canção
Nem que seja uma outra versão
Pra tentar entender que acabou

Mas é tudo novo de novo
Vamos nos jogar onde já caímos
Tudo novo de novo
Vamos mergulhar do alto onde subimos


Paulinho, estou entendendo, celebrando e mergulhando! Acho que entendi seu recado. ;)


quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Todo Carnaval Tem Seu Fim

Bem, tenho escrito pouco aqui. Acho que isso é culpa do Twitter, mas acaba que lá eu não escrevo nada de interessante, pois meus pensamentos não cabem em 120 caracteres.
Essa semana tivemos a pausa do carnaval. Tem gente que diz que o ano só começa depois do carnaval, então ótimo, temos 2 chances em nosso calendário para recomeçar.
Tive um carnaval maravilhoso, com pessoas maravilhosas. Amigos que lutam, que têm gana de viver, que têm idéias otimas, que eu admiro, mas que independente de tudo isso, passaram os últimos 4 dias sorrindo, se divertindo e me abraçando. Foi mágico.
Como o simples pode ser mágico, não é?!
Sorte de quem percebe isso!
Então me considero sortuda, principalmente por conviver com pessoas tão especiais.
Ano que vem tem o bloco das emperucadas! (Piada interna).
Sigo aberta para o que há de bom na vida!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Mudanças

Tem períodos em nossa vida que tudo parece estar entrando no rumo certo. Depois de muitos acertos e desacertos, parece que entramos em um período em que tudo se encaixa nos eixos, bom trabalho, dinheiro em caixa, um bom relacionamento, bons amigos, realizações, conquistas.
Essa era minha vida no ano passado. Tudo parecia ir muito bem, e até a minha constante necessidade de mudanças que "aperta minha garganta" parecia ter dado uma tregua. Estava aprendendo a respirar e encarar a vida e a rotina com serenidade. E foi ai que a "vida" veio e me deu uma rasteira. Um evento inesperado fez a calmaria virar tormenta. E me vi sem saber que rumo tomar, logo no momento em que estava me permitindo aquietar.
Mudar quando queremos, pode ser difícil, mas é um desafio prazeiroso, mas mudar quando nos é imposto, é em geral doloroso. É nesse momento que lidamos com nossas inseguranças, fragilidades, imaturidades. Se ver sozinha, é um exercício que faço desde cedo, afinal, sou filha única com família pequena, mas me dá sempre um certo medo.
Bem, recebi essa imposição em dezembro e desde o início, decidi que não ia "envergar". Há algum tempo, decidi ser feliz e não estar feliz. Isso quer dizer que encaro a felicidade em minha vida de forma ativa e não passiva, ou seja, eu tenho atitudes em prol da minha felicidade e não espero que coisas ou pessoas me deixem feliz. Esse certamente é um dos maiores aprendizados que tive nessa minha vida e se existem outras(vidas), levarei ele comigo.
Bem, voltando às mudanças, quando tudo parecia difícil, resolvi respirar fundo, não me culpar, não me exigir. Simplesmente resolvi seguir a vida em frente e pensar em novas possibilidades. E quando fiz esse movimento, a sincronicidade do universo agiu, e encontrei pessoas e situações que me ajudaram nesse processo. No dia em que achei que tudo ia ser mais difícil e doído, tudo ficou parecendo uma aventura, uma renovação.
Quando eu era mais nova, sempre ouvia as pessoas dizerem que amadurecer dói. Às vezes dói, às vezes dá medo, mas depois que passa, nos sentimos mais inteiros, mais prontos para vida (imagina quando eu tiver 80 anos, rs). É como se pudéssemos olhar para frente e acreditarmos que somos agentes de nossas vidas e que sempre podemos mais.
Quando achei que não ia ter forças, li uma frase da Cecília Meireles no msn de uma amiga: "Quanto mais me despedaço, mais fico inteira e serena". Resolvi fazer dela um mantra e deu certo. A serenidade veio.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Promessas de ano novo

Nada como as férias, dá para escrever mais por aqui.
Bem, eu falei no último post que sempre rola aquela vontade de fazer uma lista com promessas para o ano que está começando. Como eu comecei o ano com preguiça e um certo mau-humor, acabei não fazendo, mas é certo que tenho que fazer exercícios físicos que é uma coisa que eu odeio. Sou daquelas que quando tem vontade de se exercitar, "fica quietinha e espera a vontade passar."

Bom, hoje eu estava na fila das Lojas Americanas e na fila do caixa vi uma revista chamada "Vida Simples". Duas coisas escritas na capa me chamaram atenção: uma que era algo do tipo como ter jogo de cintura para encarar surpresas que a vida nos reserva (ótimo para meu momento atual) e uma sobre como treinar o cérebro para encarar a preguiça. Achei que ambas poderiam ser interessantes. Titubiei pelos R$ 12,00 (valor da revista), mas chutei o balde e comprei. Houve um tempo na minha vida que eu não comprava revistas pois achava elas muito caras perto de um livro, considerando que é possível comprar um bom livro por menos de R$ 30,00 (logo 2 revistas = 1 livro), mas acabei com esse preconceito e valeu a pena, pois a linguagem das revistas é diferente e o tempo para veiculação de informações é bem menor. Costumo comprar com frequência as revistas Scientific American e Nova Escola e além disso, assino a Ciência Hoje. Quanto à revista de hoje, a compra valeu a pena, as reportagens são ótimas, não só as que me chamaram atenção.

A que é sobre preguiça de malhar explica que nosso cérebro não "vê" recompensa em fazer exercício. Logo, temos que fazer exercício por prazer, ou traçar metas, assim, nosso cérebro se sente recompensado e largamos a preguiça de lado. Também diz que o contato social é importante. Bem, não sei, mas já me senti mais estimulada, o difícil é dar o primeiro passo. Rs.

As idéias sobre mudanças para 2010 não acabaram, mas por hoje é só.

Bom, para os os professores que acompanham o Blog, não tenho escrito muito meus desabafos e idéias docentes pois estou de férias, né?! Mas, logo, logo começarei meus planejamentos e algumas idéias devem surgir.