quinta-feira, 5 de junho de 2008

Le travail, les amis

Trabalhar parece ser o ponto alto da vida adulta!
Acho que se para ser criança tem que brincar (ainda existe criança?), adolescente tem que ficar e por fim, para ser adulto de verdade tem que se trabalhar.
É que quando corremos atrás de nossa independência total, um requisito básico é ser capaz de se auto-sustentar e ai vem o dinheiro e o trabalho...

Trabalhar é comumente visto em nossa sociedade como um sacrifício. Somos criados sobre o mito de que fomos expulsos do paraíso e que teremos que nos virar com sofrimento para sobreviver sem a "vida boa" do paraíso.

Acho que já falei aqui que tenho uma lista de discussão com alguns amigos do tempo de faculdade. Essa lista é praticamente uma entidade, pq tem gente ali que eu nem se quer convivi muito na época da minha graduação, mas com quem eu troco mais idéias do que com meus vizinhos. Acho que tem alguns que eu não vejo há anos. Tem os que participam muito e os que só leem "silenciosamente"(ou talvez só deletem os e-mails).

Essa semana, a discussão foi inflamada! Discutimos sobre o caráter propedêutico da Universidade. Uns acham que a universidade falhou em não nos apontar caminhos para o mundo do trabalho e outros acham que a universidade foi muito boa e ensinou o que lhe cabia ensinar.

Não vou tecer as minhas opiniões sobre essa discussão nesse post, posso até fazer isso em mensagens futuras.

Apenas acho que o que ficou claro para mim é que minha geração está vivendo o momento de sofrer a expulsão do paraíso.

Ouço muitos reclamarem do sofrimento provocado pela solidão da vida adulta. Eu ainda não senti isso, mas vejo essa ser uma reclamação constante.

Uma vez em uma livraria vi um livro intitulado a crise dos 25 anos. Nessa época eu tinha uns 20 e pouquinhos e achava que esse tipo de crise vinha só depois dos 40 quando as pessoas supostamente virariam pessoas bem sucedidas profissionalmente mas infelizes na vida pessoal. Tempos modernos... (ou pós-modernos) agora a crise já vem aos 25. Crise de um adulto que não consegue ser adulto de um ponto de vista pré-concebido e que sofre em crescer e muitas vezes reluta ao máximo para não passar por essa perda necessária.

Nos animemos, afinal, o preço do paraíso foi o fruto da árvore do conhecimento. Transgredir, mudar, pensar é então em sua origem, ser humano.

Um comentário:

Aline disse...

Eu acho que entrei na crise dos 25 anos aos 7. Ai ai rsrsrs
beijos