quinta-feira, 7 de junho de 2007

um breve desabafo sobre os conflitos de identidade e realidade...

Dividindo centenas de milhares de identidades por ai afora.

Demora, mas a gente descobre que no mundo em que vivemos não temos mais 1, mas várias identidades a compartilhar. É tudo uma questão de se libertar dos rótulos, ou ao contrário, de usar um montão deles.

Acho que esse é um processo um pouco doído para a minha geração, acostumada a pensar que só somos especiais quando temos uma identidade e que estamos enquadrados em um grupo.

A internet tem um papel fundamental nisso. O sonho do conhecimento múltiplo e livre.

Essa é a próxima revolução, certo???

Silenciosa e pacífica como previa Gandhi.

Será??? Será que essa não é só mais uma ilusão de Maya a deusa hindu da ilusão?

Maya é a ilusão, a fantasmagoria que gera confusão que ilude a consciência das Entidades Vivas, que as impede de ver o Real.

Costumo brincar que às vezes vejo Maya dançando, ouço o som da música...

A música dela traz um sentimento dúbio: deixo-me seduzir, caio na dança ou fico atenta e escapo das armadilhas da ilusão.

Na filosofia oriental, pelo o que entendo, Maya não é um ser ardiloso, é ao também o poder criador do deus Brahman.

Então, a ilusão é criativa?!

Sempre fico na dúvida se me entrego ou se fujo da música... Fico mesmo na dúvida se deveras ouço essa música (usando deveras pela primeira vez na vida).

Um comentário:

Anônimo disse...

Mas é muito bom poder brincar com essas máscaras da pós-modernidade. Veja meu caso: sou uma moça da classe média (baixa, mas média), no entanto nasci em Nova Iguaçu. Posso brincar tanto de ser pobre (e ganhar a admiração daqueles que acham que eu já cheguei longe demais por ser uma pessoa da Baixada fazendo mestrado - isto é, sou quase um gênio, um talento se revelando ao mundo), quanto posso manter minha banca de moradora da Zona Sul (portanto sou antenada, alternativa, culta etc.). Como pesquisadora, isso até me dá uma moral, pois eu falo dos excluídos com vivência (yeah, eu fui favelada, uhu!) e ainda tenho o conhecimento que a academia oferece pros privilegiados. Além disso, sou mulher, portanto sou duplamente oprimida (isso sem contar as questões sexuais, que me dariam uma terceira base pra pleitear prioridade do Estado!).
Viu só? Menina, as múltiplas identidades pelo menos nos divertem e fazem aflorar nosso lado artístico. Por outro lado, essa fragmentação infelizmente enfraquece o senso de reconhecimento de classe, por exemplo, e impede que a gente acabe com os ricos.

Bom, deixa pra lá, tô viajando...