quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Pelo direito de decidir

Quem tem visto os jornais, está "por dentro" das discussões do Supremo sobre o aborto de fetos anencéfalos, que são aqueles fetos que possuem mal formação cerebral e acabam morrendo no útero ou logo após o nascimento.

Acho a própria discussão um retrocesso, afinal, a lei já garante esse direito, o problema é que os tramites legais são tão demorados que em alguns casos a gravidez chega ao fim e a mulher não tem seu direito assegurado.

Eu até evito ouvir essas discussões porque elas sempre vem acompanhadas de abobrinhas religiosas fundamentalistas. Não que eu menospreze as religiões, pelo contrário. O problema é quando esse tipo de pensamento invade a liberdade e direito do outro ou quando oprimi socialmente alguém ou algum grupo.

Eu, pessoalmente, sou contra o aborto. Fui muito bem educada sobre como ocorre uma reprodução, quais são os métodos contraceptivos e tenho acesso a todos eles. Mas, como eu posso decidir sobre o corpo e escolhas de outra mulher que tem outra formação e escolhas. Portanto, apesar de pessoalmente ser contra, sou a favor da descriminalização do aborto, que no nosso país é a segunda causa de morte feminina.

Por ter essa visão, meu rompimento definitivo com a Igreja Católica se deu quando o acessor do atual Papa afirmou que qualquer católico que de alguma forma fosse a favor do aborto deveria se retirar da Igreja.

É claro que esse não foi meu único motivo, mas foi o decisivo. Desde então, me mantenho afastada da Igreja. Digo afastada, porque ao fazer minha primeira eucaristia, reconheci ser essa a minha fé e vislumbro dias melhores.

Hoje, para minha surpresa, ao acompanhar as discussões no Supremo, vi o depoimento de uma senhora católica defendendo o aborto de fetos anencéfalos e lendo um relato de uma mãe que sofreu muito durante uma gravidez sem esperanças. O argumento (muito razoável) é que ela poderia ter seu sofrimento abreviado.
Essa senhora pertencia à um grupo chamado "Católicas pelo Direito de Decidir". Imediatamente entrei na internet e vi que trata-se de um grupo de defesa de direitos das mulheres. Além disso, o grupo entende que a religião tem uma importância sócio-cultural e que isso pode afetar grupos não religiosos e minorias.
Dá para acreditar?
O endereço do site segue abaixo. Eu ainda vou ler com mais calma, mas indico!
http://catolicasonline.org.br/QuemSomos.aspx

Um comentário:

Aline disse...

Ai Bel só vc mesmo para me trazer a essas discussões no momento. Não que eu não as vislumbre mas minha rotina atual me impede de ser mais atenta, por assim dizer. No que diz respeito a questão religiosa sou um mosaico, então não me atrevo a falar muito. Quanto ao aborto, ainda que não seja uma opção para mim, eu sou a favor do poder de escolha de cada um. Isso é um direito univesal e não deve ser sobrepujado sobre nenhum aspecto. Pronto falei! beijos