Lembra-se que na descrição do blog eu disse que se tudo desse errado eu ia apelar??? Calma, eu não vou apelar, ainda não, é que uma coisa me chamou atenção nas aulas dessa semana: o interesse dos meus alunos por sexo.
Os alunos em questão tem em média 12 anos, ai você pode pensar, nada mais natural do que eles pensarem bastante sobre isso, não é mesmo? Afinal os hormônios sexuais deles estão atingindo níveis nunca antes alcançados. Mas a questão é que as perguntas dele não são triviais, eles tem perguntado sobre questões relacionadas a zoofilia, pedofilia, incesto, abuso e por ai vai.
Isso realmente me surpreendeu, afinal, eles aparentemente não passam por situações semelhantes e nessa faixa-etária é comum o interesse por coisas mais triviais como masturbação, menstruação, etc.
Comecei então a investigar e foi ai que o tão falado "papel da mídia" se fez presente. É comum responsabilizarmos a mídia por questões preponderantes em nossa sociedade como se ela fosse uma espécie de entidade que nos manipula. Entretanto, os defensores da mídia, dizem que ela é simplesmente um reflexo da nossa sociedade.
Não vou me ater aqui, neste "post" a discutir sobre isso e sim dar exemplo de notícias que são digamos "jogadas" pela grande mídia em qualquer horário e que, pelo que pude perceber, fizeram com que emergisse em meus alunos questões relacionadas a sexualidade.
O primeiro caso foi o do jogador Ronaldo, que se envolveu com travestis. Parece-nos já banal zombar da atitude do jogador, mas dessa situação surgem questões relacionadas ao gênero e a orientação sexual.
O segundo caso é do austríaco que manteve uma filha presa, sofrendo incesto e abusos constantes.
Outro caso bem comum são os espaços destinados a pedofilia na internet.
Hoje, não basta a um professor discutir apenas questões relacionadas a reprodução e a sexualidade considerada dentro de uma normalidade (normalidade no sentido de maioria e não de correto). Os adolescentes são "bombardeados" por casos como os citados acima, em um momento em que ainda estão começando a entender sobre sua própria sexualidade.
Na dúvida de como abordar certos temas, pelo menos em relação aos abusos, tentei deixar claro para eles que qualquer imposição é uma forma de abuso e que nenhum menor é responsável por uma atitude indevida de um adulto. Além disso, tentei mostrar as formas de denuncia, explicando inclusive o dever de todo responsável (o que inclui professores) de denunciar esses casos ao conselho tutelar.
Ah! Para quem é professor ou apenas se interessou pelo tema educação sexual, recomendo fortemente assistir ao filme "Kinsey, vamos falar sobre sexo?" disponível em locadora. Kinsey foi um biólogo que se propôs a estudar a sexualidade humana, publicando um famoso livro intitulado "Relatório Kinsey". O mais interessante que o que motivou os estudos de Kinsey sobre o tema foi a própria repressão sexual que ele sofreu em sua criação, o que acabou tendo conseqüências em seu casamento. Até então, ele estudava diversidade de vespas.
Aos mais reprimidos, aviso logo que o filme tem cenas de sexo, então não convide seus avós (ou qualquer outro parente) para assisti-lo com você em um domingo a tarde, a não ser que seus avós e você sejam pessoas bem liberais.
terça-feira, 13 de maio de 2008
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12 comentários:
Hummm vou ver o filme. Fiquei curiosa. Pode deixar q não vou chamar minha vó não. hehehe
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