domingo, 13 de julho de 2008

Visões sobre o feminino - Parte 2

Bom, há muito tempo há trás, eu escrevi um post intitulado "Visões sobre o feminino - parte 1".
Na época, eu estava muito impactada pela leitura de um livro chamado "O Martelo das Feiticeiras" que foi escrito em 1484 por dois inquisidores.
Na verdade, o impacto foi causado pela leitura da introdução histórica feita pela escritora Rose Marie Murano. Nessa introdução, ela narra de forma breve e clara, o papel social da mulher desde a emergência dos grupos culturais humanos, até os dias de hoje. Eu pretendia então dar continuidade aos meus estudos sobre o assunto e escrever mais aqui sobre isso, coisa que acabou não ocorrendo.

O que teria então me estimulado a retomar essa temática?
Bem, a minha postagem de hoje foi inspirada em uma reportagem que eu li sobre Maria de Madalena.

A figura de Maria de Madalena ganhou grande projeção atual e polêmica com o livro e o filme "Código da Vinci", pois a história sugere um possível envolvimento amoroso entre ela e Jesus. Essa idéia já foi cogitada muito antes do autor Dan Brown lançar esse romance, mas não é sobre ela que eu pretendo falar.

Há um ano, mais ou menos, assisti a um documentário da BBC pertencente a uma série chamada "Mistérios da Bíblia". Fiquei surpresa com a afirmação de que não há nenhuma referência nos textos sagrados de que Madalena teria sido uma prostituta, pois essa é uma idéia muito difundida. De fato, procurando mais tarde, pude perceber que não há essa referência nos evangelhos.

O documentário e a reportagem que eu comentei acima, destacam, a partir de estudos históricos, que muito provavelmente, Madalena foi na verdade uma discipula de Cristo, sendo a primeira a testemunhar sua ressurreição.

Segundo a reportagem: De fato, ao contrário de todos os líderes religiosos judeus antes e depois dele (antes da época moderna, claro), Cristo não via problema algum em ter seguidores dos dois sexos. "Duas das qualidades extraordinárias de Jesus são o fato de que ele recrutava seguidores e era itinerante. Mas o que é ainda mais incomum é o fato de ele recrutar seguidores do sexo feminino e masculino e viajar com ambos", escreve Ben Witherington III, especialista em Novo Testamento do Seminário Teológico Asbury (Estados Unidos).

Ambos os fatos seriam considerados escandalosos para os judeus do século I, para quem as mulheres deveriam ficar em casa com seus maridos e, quando viajassem, teriam de ser acompanhadas por parentes do sexo masculino. Segundo o padre John P. Meier, professor da Universidade de Notre Dame em Indiana (EUA) e autor dos livros da série "Um Judeu Marginal", sobre a figura histórica de Jesus, o escândalo é um ótimo motivo para acreditar que esse grupo de seguidoras, incluindo Maria Madalena, realmente existiu.


O documentário questiona a quem serviria essa deturpação da imagem de Madalena.

O que você acha?

Fim do post.

Um comentário:

Aline disse...

Adorei o post!!! É muito bom ter amigas que me deixam mais instruída. hehehe beijos!