Bom, uma pequena pausa nos estudos sobre tecido sanguíneo (ou uma pequena desculpa para uma pausa, rs).
Nesse fim de semana, recebi uma notícia que frustrou algumas expectativas minhas. O que a princípio deixaria qualquer um triste. Mas, eu mesma me surpreendi por não estar triste, e sim, talvez aliviada e logo depois feliz.
Questionei-me sobre como poderia estar feliz frente a uma decepção e percebi que aquela "perda" me abria outras possibilidades. Toda situação, por melhor que seja, tem os seus "contras" e quando perdemos algo, deixamos também esses contras para trás e ficamos abertos para o novo, novas possibilidades.
Na primeira vez que terminei um namoro, passado um certo tempo, pensei o quanto eu vivia esperando uma felicidade maior chegar e o quanto deixei de ser feliz nesta espera, e de repente tudo ruiu e ficou a sensação de que o que era bom não foi de fato aproveitado. O que levei dessa experiência foi o aprendizado de que devemos viver e sermos felizes no real, no presente, e não no que é idealizado. Isso é claro, é um exercício, não é fácil, e até mesmo doloroso no começo. Mas, quando eu passei a viver mais no “real”, logo após essa experiência, comecei a sentir mais a graça da vida, ser menos rigorosa, especialmente comigo mesma e consequentemente com os outros.
O que estou dizendo, de forma alguma exclui o fato de que temos que nos dedicar para construir as coisas, mas que devemos aproveitar a construção, o caminho em si e não esperar a obra ficar pronta para nos regozijarmos.
Tem uma música do Lenine, chamada “Só o que me interessa” que tem um verso que diz: “as vezes eu pressinto e é como uma saudade de um tempo que ainda não passou”. Esse verso me lembra uma cena do filme “Diários de Motocicleta”. Che estava visitando as ruínas andinas. Ele diz que é engraçado como sentimos saudades de algo que não vivemos. É claro, que os contextos são diferentes. A frase de Che se refere ao sentido de cultura e identidade latino-americana, mas essas duas obras expressam um sentimento freqüente em mim, o de que algo bom e especial sempre virá. Ai o equilíbrio está em não viver em um mundo de fantasias e sim construir...
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
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2 comentários:
Como gosto desses pensamentos isabelescos! Como gosto de trocar ideias contigo! (Ideias sem acento agora, por mais que você não goste :)
Escolhi esse trecho "devemos viver e sermos felizes no real, no presente, e não no que é idealizado."
Por que nós, mulheres, (ou pelo menos boa parte desse grupo) tem esse defeito de idealizar as coisas? A neurociência explica isso?
Vou levar o trecho que selecionei comigo, afinal segundo Einstein "a mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original."
Adoro você!
Como sempre, você dizendo coisas tão pertinentes e tão profundas. Concordo com tudo o que disse, sempre! Você é uma pessoa incrível, que encontra formas simples de dizer coisas tão complexas!
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