segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Mudanças

Tem períodos em nossa vida que tudo parece estar entrando no rumo certo. Depois de muitos acertos e desacertos, parece que entramos em um período em que tudo se encaixa nos eixos, bom trabalho, dinheiro em caixa, um bom relacionamento, bons amigos, realizações, conquistas.
Essa era minha vida no ano passado. Tudo parecia ir muito bem, e até a minha constante necessidade de mudanças que "aperta minha garganta" parecia ter dado uma tregua. Estava aprendendo a respirar e encarar a vida e a rotina com serenidade. E foi ai que a "vida" veio e me deu uma rasteira. Um evento inesperado fez a calmaria virar tormenta. E me vi sem saber que rumo tomar, logo no momento em que estava me permitindo aquietar.
Mudar quando queremos, pode ser difícil, mas é um desafio prazeiroso, mas mudar quando nos é imposto, é em geral doloroso. É nesse momento que lidamos com nossas inseguranças, fragilidades, imaturidades. Se ver sozinha, é um exercício que faço desde cedo, afinal, sou filha única com família pequena, mas me dá sempre um certo medo.
Bem, recebi essa imposição em dezembro e desde o início, decidi que não ia "envergar". Há algum tempo, decidi ser feliz e não estar feliz. Isso quer dizer que encaro a felicidade em minha vida de forma ativa e não passiva, ou seja, eu tenho atitudes em prol da minha felicidade e não espero que coisas ou pessoas me deixem feliz. Esse certamente é um dos maiores aprendizados que tive nessa minha vida e se existem outras(vidas), levarei ele comigo.
Bem, voltando às mudanças, quando tudo parecia difícil, resolvi respirar fundo, não me culpar, não me exigir. Simplesmente resolvi seguir a vida em frente e pensar em novas possibilidades. E quando fiz esse movimento, a sincronicidade do universo agiu, e encontrei pessoas e situações que me ajudaram nesse processo. No dia em que achei que tudo ia ser mais difícil e doído, tudo ficou parecendo uma aventura, uma renovação.
Quando eu era mais nova, sempre ouvia as pessoas dizerem que amadurecer dói. Às vezes dói, às vezes dá medo, mas depois que passa, nos sentimos mais inteiros, mais prontos para vida (imagina quando eu tiver 80 anos, rs). É como se pudéssemos olhar para frente e acreditarmos que somos agentes de nossas vidas e que sempre podemos mais.
Quando achei que não ia ter forças, li uma frase da Cecília Meireles no msn de uma amiga: "Quanto mais me despedaço, mais fico inteira e serena". Resolvi fazer dela um mantra e deu certo. A serenidade veio.

2 comentários:

Mari disse...

Fantástico! Não sei por que mas gosto de tudo que vc escreve :) Beijos

Luz disse...

Perfeito Bel! Perfeito! Sem palavras...